João Bosco Leal
O
relacionamento humano é, provavelmente, a experiência mais difícil para
todos, pois para que o mesmo se torne maduro, duradouro, quando os dois
já seguirão um mesmo caminho, com metas e objetivos comuns, são
necessárias insistências, concessões, renúncias e superação de
dificuldades.
As pessoas, que um dia se encontraram,
vieram de locais com educação, nível social e cultural distintos, o que
certamente exige habilidade de ambos para começarem qualquer tipo de
relacionamento, como amizades, paqueras, namoros ou casamentos.
Além disso, ambas possuem um passado,
que pode ou não ser aceito pelo outro, mas nem por isso deve ser
ocultado. Pelo contrário, o conhecimento de seu passado é fundamental
para que seu parceiro, amigo ou namorado a conheça em profundidade e
goste de você como é, com seu passado, pois foi com seus erros e
acertos, quedas e levantes que você se tornou o que é hoje.
Os relacionamentos amorosos começam de
diversas maneiras, mas normalmente é a atração física que provoca a
primeira aproximação. O conhecimento, a conversa, os primeiros toques e
beijos podem provocar uma enorme paixão, mas só isso jamais levará ao
amor, que precisará ser construído ao longo do tempo.
A história está repleta de casos de
relacionamentos em que as pessoas se conheceram, namoraram durante anos
para depois se casarem, mas acabaram se separando, enquanto muitos
casamentos – que dão certo e são duradouros -, ocorrem entre pessoas
desconhecidas, que tiveram sua união combinada pelos pais ou imaginada
por amigos que os apresentaram.
Esse tipo de união faz com que as
pessoas comecem o relacionamento contando, um ao outro, fatos de seu
passado, que muitas vezes levam a lembranças agradáveis ou dolorosas da
vida de cada um, o que, indiretamente, vai provocando amizade,
intimidade e cumplicidade entre os dois e isso é que fará surgir o
verdadeiro amor.
Pelo simples fato de estarem sendo
confessadas, as lembranças dolorosas já percorrem um longo caminho para
que sejam esquecidas e as dores por elas provocadas sejam cicatrizadas.
Todavia as que deveriam e não foram confessadas, se conhecidas através
de terceiros, mostrarão a seu parceiro a feição de uma pessoa
desconhecida, que pode ter sido tudo, menos sua cúmplice.
Os relatos de cada um fazem inclusive
com que o outro possa entender os motivos de determinadas atitudes do
parceiro e sua maior ou menor sensibilidade em relação a determinados
assuntos. Com esse conhecimento fica mais fácil evitar situações
desagradáveis, como comentários infelizes, o que torna a convivência
mais alegre.
Os fatos desagradáveis, tristes e
dolorosos do passado também abrem portas para que um possa amparar o
outro, fazendo com que se tornem mais amigos. Isto é uma base
fundamental para qualquer relação madura e saudável, onde não importa
quem mais viveu, distâncias percorreu, erros cometeu, dificuldades
superou, escolas cursou ou dinheiro ganhou.
O maior conhecimento entre os dois os
fará caminhar na mesma direção, por caminhos que os conduzirá ao mesmo
lugar, criar projetos comuns e tentar realizar sonhos e desejos comuns,
ou mesmo os do outro e assim o verdadeiro amor será construído, em bases
sólidas, sobre pedras e não sobre areia.
Está dentro de cada um o poder de
alcançar a própria felicidade, mas nos relacionamentos humanos ela
necessariamente passa pela transparência, franqueza e honestidade, pois
só o que é verdadeiro permanecerá.
Somente quando seu parceiro aceita
seu passado, apoia seu presente e incentiva seu futuro poderá ocorrer um
relacionamento duradouro.
(*) João Bosco Leal -
jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural
e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.
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