quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bolsa Furtada


Publicado em: 25/05/2009



Por Rosa Nina Carvalho Serra (*)

Pra quem é bom observador, uma frase é um discurso. Pois bem. Nenhum projeto de desenvolvimento prospera em um ambiente onde predomina a bandidagem.

De nada adianta os melhores propósitos, políticas públicas e transferência de rendas voltadas às ações sociais, se as administrações municipais não promovem em conjunto um controle eficaz na execução dos programas que lhe são confiados.

Sob um olhar mais atento, hoje me detenho no Bolsa Família, programa federal que mais transfere recursos aos municípios brasileiros para atendimentos das famílias com graves indicadores de pobreza.

Esse programa, estratégia herdada do Governo FHC, foi aperfeiçoado em 2003, no âmbito do Fome Zero, unificando quatro antigos: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás e Cartão Alimentação.

Ora, sabemos que corrupção nunca foi novidade. Muito menos no Brasil, em que as bobagens prosperam. A nova é que os “vazamentos” também alagam o Piauí.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, que nunca desenvolveu coisa nenhuma por estes confins, os indícios de irregularidades vão desde a inserção fictícia de pessoas falecidas, registros duplicados, concessão em desconformidade com o critério de renda a beneficiamento dos apadrinhados que detém cargos de confiança.


A última hipótese, o que considero mais grave por absoluta improbidade administrativa. Excelência! A Bolsa não é Vossa! Bem sabe que já recebe para gerir/fiscalizar os atos municipais, e não para locupletar-se com a sorte alheia. Agindo assim certamente já está passível das penas pela prática do crime previsto no artigo 321-A do Código Penal, assim como nos dos incisos II e III do artigo 12 da Lei 8.429/92.

Como se não bastasse a vergonha que é submeter-se à esmola governamental, o ato é extremamente reprovável. Não só pelo artifício da fraude em si, mas por ser, a pobreza, comoção mundial.

Dessa forma, afirmo que condenações da espécie são pronunciadas a todo instante na Justiça Federal do Piauí. E imenso é o constrangimento de quem visita as dependências da Polícia Federal. É bem verdade que os recursos socorrem a todos, mas nada escapa da opinião pública. Não vale a pena pagar pra ver.

(*)Economista, Advogada, Consultora, Articulista, Pós-Graduada em Administração Pública.


Fonte: Artigonal – Diretório de Artigos Gratuitos – Clique aqui para conferir



segunda-feira, 25 de julho de 2011

ANDANÇAS ENTRE LÍNEAS


Edson Paulucci



E vou...passo a passo.

Linha a linha...letra a letra.

Confusões. Vogais e consoantes

em estado de litígio.

Agressões...virgulas estrangulando pontos...

Parágrafos inteiros destruídos...

Métricas, lógicas...semânticas...

figuras femininas abatidas.

Aposto, verbos, sinônimos...todos

se digladiando...

Êpa..Ôpa...Êpa...que se passa?

Particípios não me ouvem.

Passado...presente...futuro...tanto faz.

Uma guerra entre letras...

O Fernando se foi, brada uma!

Hastear Bandeira a meio-pau!

Cadê a Cecília?

Chama o Romanceiro pra dar um jeito!

O Taiguara, o Poetinha, o Gullar!

Onde se meteu o Drummond?

Substantivos assumem a ponta.

Guerra é guerra, bradou exclamação!

Valha-me Deus, piou Augusto dos Anjos.

Hastear Bandeira a meio-pau!

Hastear Bandeira a meio-pau!

A poesia acabou de morrer.


Matéria enviada pelo autor, por e.mail

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Marcas do passado


18 de julho de 2011

Por João Bosco Leal

Desde o nascimento passamos por sensações, sentimentos e descobertas diferentes de outras pessoas. Cada um, ao abrir seus olhos pela primeira vez, enxerga uma pessoa diferente, numa sala com mais ou menos luz, ouvindo vozes diferentes do que sempre ouviu.


O primeiro toque sentido por nossa pele é realizado por mãos e em locais diferentes do corpo de cada criança que nasce. Somos erguidos de ponta cabeça e recebemos um tapa com velocidade e intensidade distintas, dependendo da força muscular de quem nos pega e de nosso peso.


A água com que nos dão o primeiro banho pode estar em temperaturas diversas e sua aplicação pode ser iniciada em locais distintos do nosso corpo. A mão que a espalha para nos limpar é aplicada com intensidade diferente em cada um. Somos embalados por tecidos delicados ou ásperos, grossos ou finos, coloridos ou brancos.


Todas essas sensações, dos primeiros minutos de nossas vidas, nunca são iguais e vão deixando marcas, sentimentos de sustos, medos, alegrias, tristezas, carências e saciedades que aos poucos e por décadas construirão nossa personalidade, nosso humor, enfim, nossa história.


Os primeiros anos de vida são marcados por descobrimentos em todos os nossos sentidos e começamos a perceber algo que será muito importante na vida, os limites. Tomamos conhecimento de que o mundo e tudo o que nele existe não é nosso, mas de todos e algumas coisas são de alguns e outras de propriedade individual, indivisível.

A educação dada pelos pais é fundamental nesses primeiros anos para que possamos entender que vivemos em uma sociedade que compartilha desse ou daquele regime político e econômico, para não sentirmos falta daquilo que não nos pertence, mas que, em um regime capitalista como o nosso, busquemos, com trabalho, possuir o que desejamos e ainda não possuímos.


Na juventude as competições esportivas ou por melhores notas, pelas jovens ou rapazes mais bonitos, vão nos ensinando, sem a participação dos pais, o caminho para obtenções e realizações de desejos. É nessa fase que começam a surgir as maiores diferenças, entre aqueles que sozinhos obtém seus primeiros resultados positivos e os outros.


Entre os que foram derrotados num primeiro momento, podem ocorrer situações diferentes, como ser incentivados por seus pais para lutarem mais, se prepararem melhor e vencerem na próxima disputa ou simplesmente serem consolados em casa e seus pais compensando a perda com um doce ou um brinquedo que desejavam.


Começam a surgir os jovens com auto-confiança pois venceram, os que aprendem que precisam treinar e se empenhar mais para obterem conquistas na vida e aqueles sem ambição alguma pois foram acostumados a receberem recompensas mesmo quando perdem.


Os pais desses últimos ao consolá-los e premiá-los de outra forma, não incentivando o preparo e a busca por vitórias em outras oportunidades que surgirão, estão, na realidade, prejudicando todo o futuro de seus filhos. Esses filhos não aprendem a lutar pelo que desejam pois foram criados por pais que não se lembram que, pela ordem natural da vida vão morrer antes deles e como os mantiveram superprotegidos, não estarão preparados para a vida adulta.


Muitas pessoas perderam seus pais ainda muito jovens. Não tiveram nenhum tipo de consolo ou carinho em suas derrotas e nem por isso deixaram de ter oportunidades de vencer, tanto em uma próxima disputa como na vida. Aliás, pessoas com algumas dificuldades logo percebem que se não lutarem mais que os que não as possuem acabarão ficando sempre para trás, lutam bastante e normalmente acabam vencendo.


Essa moldagem diária da vida vai tornando cada ser humano diferente dos outros por todos esses motivos e ele não pode ser culpado pelo que se tornou, pois é uma consequência de uma série de fatores e acontecimentos, sentimentos, alegrias, tristezas, vitórias e derrotas que vão nos imprimindo marcas, produzindo pessoas mais ou menos trabalhadores, despreparados, competentes, cultas, perdedoras ou vitoriosas.


Cada pessoa possui uma história, uma razão que, se analisada, justificará o motivo pela qual ela se tornou o que é e só entendendo isso, aceitando-as como são, poderemos conviver melhor com o próximo.


Matéria enviada pelo autor, por e.mail – Clique aqui para conferi-la em seu site

sábado, 16 de julho de 2011

ENSINA-NOS


CICERO DE SOUZA GOMES


Ó GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, PERANTE A TUA

MAJESTADE DIVINA

EIS QUE ME APRESENTO, SUBMISSO AO TEU QUERER

ROGANDO-TE EM REVERÊNCIA A SUA SÃ DOUTRINA

QUE COMO APRENDIZ-PEDREIRO, QUEREMOS DE TI APRENDER.



ENSINA-NOS "AMAR", QUANDO HÁ TANTA VIOLÊNCIA,

ENSINA-NOS "SERVIR", QUANDO HÁ TANTA INGRATIDÃO,

ENSINA-NOS "ORAR", QUANDO HÁ TANTA INSIPIÊNCIA,

ENSINA-NOS "ADORAR", QUANDO HÁ TANTA DEVASSIDÃO.



ENSINA-NOS "PERDOAR", QUANDO HÁ TANTA MALDIÇÃO,

ENSINA-NOS "SER GENTIL", QUANDO TANTOS NÃO SÃO AMÁVEIS,

ENSINA-NOS "HUMILHAR", QUANDO HÁ TANTA EXALTAÇÃO,

ENSINA-NOS "TOLERAR", QUANDO HÁ TANTOS INTOLERÁVEIS.



É O QUE TE PEÇO, DE CORAÇÃO PULSANDO GRATIDÃO,

POIS SÓ EM TI PODEREMOS ALCANÇAR ESTAS BÊNÇÃOS

PORQUE TODA SABEDORIA, FORÇA, BELEZA E O GALARDÃO

SOMENTE TU, SUPREMO MESTRE E ENGENHEIRO! - PODERÁS

CONCEDER AOS NOSSOS CORAÇÕES.



Poesia enviada pelo autor, por e.mail (extraída do seu livro Luz do Amor)