sexta-feira, 12 de abril de 2013

Química - por João Bosco Leal (*)




Os humanos possuem infinitas variáveis controláveis ou não sobre seus sentimentos afetivos e, durante suas buscas por um parceiro, passam por diferentes fases, mas sempre têm opções ou até mesmo determinadas exigências para essa escolha.

Algumas são praticamente generalizadas, como a de que a parceira deverá ser educada e pertencer a uma determinada classe social, mas as outras são muito pessoais.

Ser alta ou baixa, magra ou gordinha, loira ou morena, gostar de cinema, teatro, dançar ou de comer em restaurantes, apreciar programas noturnos ou ser mais caseira, ser fumante, gostar de bebidas alcoólicas, a maneira de se vestir, sua atração por joias e a ambição financeira serão itens analisados.

Mas, para que o relacionamento seja mantido, outras avaliações normalmente são consideradas, como a atração física, intelectual e a exigência de um grau de escolaridade no mínimo compatível entre os dois.

Uma troca de olhares diferente, mais intensos, será determinante na aproximação inicial entre duas pessoas, mas posteriormente, todas essas questões serão normalmente colocadas e dependendo de cada pessoa, podem possuir maior ou menor importância.

Entretanto, nenhuma dessas condições terá tanta importância quando ocorrerem os primeiros toques, quando em um simples dar as mãos, um leve carinho na face com as costas dos dedos, ou no primeiro beijo - já dado diversas vezes na troca de olhares antes de tocar a boca -, os dois precisam sentir uma determinada e inexplicável “química”.

Se isso ocorrer, mesmo que várias das exigências anteriores não existam, é muito provável que os dois tentarão, mas caso contrário - sequer com todas elas existindo -, certamente nem uma tentativa ocorrerá.

A ambiguidade das sensações - da intensidade quase agressiva de um homem durante a relação sexual, mesclada com a suavidade de seus carinhos posteriores ou da delicadeza natural da mulher, que nessa hora aceita e gosta dessa agressividade -, provocam maravilhosas experiências físicas e muita excitação.

Apesar disso, só o beijo dos lábios que se tocam e sentem desejos, de línguas que penetram e são sugadas pelo companheiro, da troca de salivas que não provocam repulsas - mas aumentam a intimidade -, poderá confirmar ou não se os dois formarão um novo casal.

Independentemente de todas as opções de escolha, como cor do cabelo, da pele, da altura, do peso, idade, educação, cultura, posição econômica ou social que possam ter feito para se aproximar de alguém, serão as variáveis totalmente incontroláveis da “química” dos toques, da pele e do beijo que decidirão sobre o início e a permanência de um relacionamento ou um romance.

Por mais que todas as exigências tenham sido preenchidas, será essa química quem determinará se os dois permanecerão juntos ou não como um casal que - em caso afirmativo – iniciará um romance.

Para se iniciar um relacionamento, milhares de detalhes podem ser exigidos, mas a ocorrência da “química” da pele e do beijo será, sempre, totalmente incontrolável e inexplicável.

(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.

MATÉRIA ENVIADA PELO AUTOR, PARA PUBLICAÇÃO, SOB SUA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE.

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