terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os toques - Por João Bosco Leal (*)


8 de fevereiro de 2013 


Os toques
Deixar ir 03Apesar da pouca importância que lhes damos, ou que no dia-dia sequer percebamos sua existência, os órgãos sensoriais visão, audição, paladar, olfato e tato, são os responsáveis pela integração social de cada indivíduo do planeta Terra.

Com a visão podemos nos aproximar de lugares muitas vezes distantes, como a lua e as estrelas, evitamos tropeçar nos obstáculos por onde caminhamos, admiramos as belezas da natureza, da pessoa amada e, sem ela, tudo seria mais difícil.

Pela audição, recebida pelo canal corporal por vibrações, somos educados, tomamos conhecimento das notícias e satisfazemos nossas curiosidades culturais ao ouvir, durante toda a vida, respostas aos questionamentos sobre os mais diversos assuntos e coisas que nos fazem rir, chorar ou ficarmos maravilhados, como o choro do recém-nascido, o canto de um pássaro, o vento na folhagem e a água escorrendo da fonte no alto do morro em direção do mar.

Através dos modernos meios de comunicação atualmente existentes, quando utilizada juntamente com a visão é possível nos comunicarmos com pessoas que estão do outro lado do planeta ou mesmo em outro, como a Lua, vendo-as e ouvindo-as ao mesmo tempo, eliminando assim qualquer distância que no passado dificultava a comunicação e a integração entre pessoas, povos e nações.

Com o paladar saboreamos todas as variações entre o doce, o amargo e o ácido, os prazeres que a alimentação nos proporciona e milhões de outros como aqueles sentidos durante um beijo. Pelo olfato é possível perceber todas as variações existentes de cheiros, como o da terra após a chuva, dos perfumes, de coisas frescas ou estragadas e o da pessoa amada.

Mas é o tato nosso maior sensor, tanto que ele é capaz de suprir a maior parte das necessidades das pessoas com deficiências visuais. Com ele sentimos a rigidez ou flacidez dos objetos, sua temperatura, textura, ou experimentar prazeres, como os sentidos quando suavemente tocamos a pele de nosso parceiro.
Milhares de outros prazeres, como cócegas ou arrepios, são todos provenientes de toque físicos, mas com a idade aprendemos a importância de tocar as pessoas – principalmente aquelas que nos são queridas -, de outra maneira, a emocional.

Quando já maduros nos apaixonamos e amamos de modo diferente daquele de nossa juventude, pois agora estamos em busca de tranquilidade, companheirismo, cumplicidade e, principalmente, de amizade. É uma fase quando já aprendemos a importância de constantemente elevar a autoestima de seu parceiro, aceitando-o como é, e não tentando moldá-lo à sua imagem imaginária de pessoa perfeita.

Passamos a perceber a importância de tocá-la emocionalmente. Pequenas lembranças como a de, sem que ela espere, comprar no supermercado sua fruta preferida, levar-lhe flores ou trazer qualquer outro tipo de lembrança quando viaja, são demonstrações de carinho que fazem a pessoa sentir-se amada.

Esse tipo de atitude certamente tocará profundamente sua parceira, atingindo-a em seu sentimento mais íntimo, comumente chamado de alma e naquilo que é mais importante na manutenção e crescimento de um relacionamento maduro: o sentir-se querida.

Ela pode esquecer o que você disse ou fez, mas nunca o que a fez sentir. E provocar  a elevação da autoestima da companheira gera retribuições exponenciais.

(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.

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