quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O IRS E A IGREJA - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA


  










A lei 16/2001, de 22 de Junho, permite que se destine, sem qualquer prejuízo do declarante, 0,5% do imposto liquidado, a comunidade religiosa radicada no país, ou a instituição particular de solidariedade social.

Apesar da lei indicar esse benefício, poucos são os católicos que o utilizam. Uns, porque desconhecem; outros, porque não sabem quais as fundações ou obras de beneficências, que se encontram autorizadas a receber essa quantia. E se sabem, desconhecem o NIF.

E porque isso acontece?

Simplesmente porque não há o cuidado de as difundir.

Em conversa com muitos católicos, alguns frequentadores dos cultos dominicais, fiquei a conhecer que não o fazem, porque ninguém os recomendou.

Banco, que tem fundação de solidariedade, obtêm, por esse meio, largas centenas de milhares de euros, que lhe permite auxiliar muitas instituições; e, segundo sei, a quantia recebida, é empregue muito criteriosamente.

Ora a Igreja possui, e sustenta, com donativos de fiéis, e peditórios, extraordinárias instituições de caridade; imprescindíveis ao País, mormente nesse período de crise que atravessamos.

E não ouço, nem nos cultos, nem em recados afixados no templo, qualquer indicação ou pedido aos fiéis. Será que os sacerdotes não se encontram devidamente informados?

Cabe às dioceses, indicar as entidades religiosas, autorizadas a receber esse benefício, e às paróquias, darem ampla divulgação.

Igualmente as Ordens Religiosas, que mantêm obras humanitárias, autorizadas pelas Finanças, a receberem os 0,5% da liquidação do IRS, devem divulgarem aos irmãos terceiros, e nas suas publicações, esse possibilidade.

Cabe aos periódicos diocesanos, divulgarem o NIF das entidades religiosas da sua região.

Não compreendo porque não se aproveita esse benefício, nem porque não se incentiva, nem se informa os crentes disso.

Alguém sabe-me explicar ?



HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

publicado por solpaz às 10:57
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A MELHOR ESTATUETA DE EÇA - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA




 






Quando entrevistei D. Emília Cabral, neta do autor dos Maias, fui recebido numa  sombria salinha onde havia muitas fotos de família, livros empilhados e sobre  mesa de roscas, em local de destaque, a estatueta de Gouveia, representando Eça de Queiroz.

A neta do escritor, reparando na minha curiosidade, declarou:

- Minha avó dizia: Se querem conhecer o avô, tal qual era, basta olhar a estatueta de Gouveia - e acrescentou: Conhece-a?!
- Perfeitamente, tenho um exemplar de gesso.

- Pois há poucas! - continuou D. Emília, - que eu saiba, existem quatro, (1) em Portugal: uma, é esta, outra a da minha mana, a Marquesa do Ficalho; há ainda a que se encontra na família da Duquesa de Palmela e a do Palácio de Belém, que pertencia a D. Carlos, julgo que se extraviou pelas caves, há muito….(2)

A palestra prosseguiu enquanto mostrava velhas lembranças das famílias: Eça de Queiroz e Condes de Resende.




Desenho a craião, feito pelo autor da célebre estatueta de Eça



Por certo a maioria dos leitores nunca ouviram falar do escultor Francisco da Silva Gouveia, ilustre portuense, que os livros de arte registam, a Wikilusa menciona e o dicionário de Eça de Queiroz nomeia e dá-lhe merecido relevo.

Tentarei, por maior, esboçar brevíssima biografia do escultor que - segundo a esposa do romancista, Dona Emília de Castro Pamplona (Resende), - conseguiu a melhor representação plástica de Eça:

Nasceu no Porto a 12 de Agosto de 1872, na Rua dos Ingleses, filho de abastado comerciante da Rua de S. João, da mesma cidade.
O pai, João Maria de Gouveia Pereira, pretendia prepará-lo para administrar os negócios paternos, mas o rapaz inclinava-se para o desenho.
Certa vez o tio Caetano - irmão da mãe - vendo o pai repreender acerbamente a inclinação, acicatou-o a matriculá-lo na Escola de Belas Artes.

Concluídos os estudos na Academia Portuense, deslocou-se a Paris para prosseguir o ensino com reputados mestres da escultura europeia.
Em França foi discípulo de Rodin e Injalbert e recebeu aulas de Falguière, Pueche e Rolard, sendo admitido na Academia Julien e Calaron.

O jovem artista torna-se rapidamente conhecido em Paris, graças a tertúlias e às concorridas recepções que Eça de Queiroz organizava na embaixada.
Certa tarde do ano de 1890 estava Gouveia a trabalhar no atelierquando deslumbra, pela janela de guilhotina, graciosa menina, de tez clara e lhano meneios.

Abeirou-se da vidraça e verifica que a jovem trajava uniforme do Liceu Fenelon.

Era Claire Jeancourt, órfã, oriunda de Boult-aux-Bois. Gouveia ficou entusiasmado com a beleza, mas não se encorajou a declarar-lhe afeição.
Semanas mais tarde, conversando com amigos da precisão de aperfeiçoar o seu francês, pediu-lhes que indicassem professor. Qual não foi o assombro quando soube que a mestra era a menina por quem andava enamorado.

Meses depois casaram na Igreja de Notre Dame de Champs, apadrinhados pela Senhora Duquesa de Palmela.

Infortunadamente, em 1914, “Fran” - diminutivo carinhoso como a mulher o tratava, - adoeceu gravemente e regressa inopinadamente a Portugal.
Consultado o Dr. Manuel Correia de Barros, oftalmologista, avisaram-no que havia perigo de cegar.

Receoso, agasalha-se com a esposa no lar da Ordem do Carmo, no Porto, abandonando os tasselos e as matrizes de fundição.

 Nos anos quarenta era frequente vê-los passear pela baixa portuense. Ele, baixo, gordo, segurando guarda-chuva de paninho preto, quase sempre aberto; ela, muito branca, rosada nas faces, esquelética e de estatura elevada.

Gouveia iniciou em Portugal as exposições individuais - de inicio nos salões de casas fotográficas; - e foi agraciado pelo Rei D. Carlos, Cavaleiro de S. Tiago; reconhecimento pátrio do elevado valor artístico de sua obra.

Na Grande Exposição Universal de Paris do ano de 1900, obteve a medalha de prata e várias menções honrosas pelas obras expostas.

Ficou na memória dos que o conheceram a extrema dedicação da esposa. Conta-se que certa manhã de Primavera, Claire, já viúva, deixou tombar, por descuido, o retrato do marido. Curvou-se vertiginosamente e com os olhos azuis, azul miosóte, turvados de lágrimas, beijou-o com ternura e afectuosamente disse:

- “ Oh! Perdon, mon amour!

Das obras de Silva Gouveia destaca-se a célebre estatueta do escritor, considerada a melhor caricatura de Eça de Queiroz e talvez a estatueta mais notável de Portugal, segundo o parecer de reportados críticos de arte.

Exemplar da “Estatueta Célebre” - como foi conhecida na época, - foi adquirida pelo Rei D. Carlos. Até à data do regicídio permaneceu sobre a secretária do seu gabinete de trabalho.

Francisco da Silva Gouveia faleceu a 28 de Dezembro de 1951, no Porto, no Hospital dos Terceiros do Carmo.

Aqui tem, caro leitor, a breve biografia do artista que conseguiu prender, no bronze, a melhor representação do genial escritor.




HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal.





1 - Equivocou-se a neta do Eça. Deve haver dezenas, em colecções particulares, além das que foram adquiridas pela: Sociedade “Amigos da Arte” de Bordeux, Academia de Ciências de Lisboa, Museu de Arte Contemporânea, e a que se encontra em Tormes. No Rio de Janeiro, há também um exemplar, pertença de António do Nascimento Cottas. Existe, também, um excelente baixo relevo, de Gouveia, que em nada é inferior à estatueta. Esse sim, é raríssimo; assim como desenho a craião, que ilustra este artigo,do ano de 1927, feito pelo autor da "estatueta célebre".
2 - A estatueta de bronze, que pertencia a Rei D. Carlos, foi adquirido, mais tarde, pelo Marquês de Ficalho , num antiquário lisbonense.






publicado por solpaz às 10:36
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

HAVERÁ CRÍTICA HONESTA ? Por HUMBERTO PINHO DA SILVA









Em tempos de mocidade - e já lá vão muitos anos, - assisti a interessante colóquio, na Casa dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, com o escritor Joaquim Paços d’Arcos, sobre o romance que acabara de publicar: “Ana Paula”.

Após minuciosamente ter exposto o enredo do livro e abordado a figura da protagonista, foi interrompido pelo crítico Óscar Lopes, lembrando -lhe que o romancista não entendera bem a personagem Ana Paula.

Joaquim Paços d’Arcos emudeceu por momentos, e em aparte murmurou: - “Não saberei o que escrevi!?…”

Era jovem e nutria por Óscar Lopes, respeito e admiração, não fosse ele coautor da História da Literatura, adotada no liceu, mas não entendi o propósito da intervenção, quiçá devido à minha pouca idade.

Acabo de receber “ O Varzeense” , logo na capa deparo com brevíssima biografia de Óscar Lopes, de Aniceto Carmona, declarando que paralelamente com a atividade de professor, foi militante comunista do PCP, desde 1945 - “O Varzeense”,15/2/2012.

Logo saltou-me ao pensamento se o parecer do crítico não teria a ver com ideologias políticas, atitude frequente no nosso país.

Esclareceu-me o matutino portuense, pela pena de Manuel António Pina, em que este diz que o Suplemento Literário do “JN” terminou por “ não ter sido devidamente louvado um medíocre romance do escritor do regime Joaquim Paços d’Arcos - “Jornal de Notícias, 26/0l/2012.

À distância de cinco décadas não posso asseverar, se Óscar Lopes tinha ou não razão para essa atitude, fico na dúvida, mas se tivermos em conta o ensaísta Cruz Malpique - não há em Portugal, crítico honesto, e creio que será difícil que o haja noutros países: “ A crítica entre nós, é a impressão escrita sobre os joelhos, com a pressa de quem vai salvar o pai da forca; escrita por amizade, ou por antipatia; as nem sim nem sopas; a de ajuste de contas (agora é que ele vai saber de que força é o filho do meu pai!); a de ciúmes recalcados…” - “Notícias de Guimarães”, “Crítica Literária”, 04/10/91.

Bem disse Pedro de Moura e Sá - se dissermos que: “ este poema é mau queremos muitas vezes afirmar que o autor pensa, em matéria política, de maneira diferente da nossa.” - “ Vida e Literatura” (Vol. Póstumo, pág. 101/2.)

É bem verdade, que sem proteção de um gato de botas, dificilmente chega-se Marquês de Carabás. Assim pensa também Jorge Sampaio (ex-Presidente da República) ao asseverar que nunca foi: “ da Maçonaria, da Igreja ou de qualquer grupo económico. Chegar onde cheguei, nestas condições é obra. Porque é muito difícil ser independente em Portugal.” - “Única”, citado pelo “ Jornal de Tondela”, 31/08/06.

Jorge Sampaio é destacado membro do maior partido português. Se o não fosse, chegaria onde chegou?

Termino com antigo rifão, citado na “ Corte na Aldeia”: “ Cada um dança segundo os amigos que tem na sala” - se não tem, não dança.



HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal


publicado por solpaz às 11:41
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os toques - Por João Bosco Leal (*)


8 de fevereiro de 2013 


Os toques
Deixar ir 03Apesar da pouca importância que lhes damos, ou que no dia-dia sequer percebamos sua existência, os órgãos sensoriais visão, audição, paladar, olfato e tato, são os responsáveis pela integração social de cada indivíduo do planeta Terra.

Com a visão podemos nos aproximar de lugares muitas vezes distantes, como a lua e as estrelas, evitamos tropeçar nos obstáculos por onde caminhamos, admiramos as belezas da natureza, da pessoa amada e, sem ela, tudo seria mais difícil.

Pela audição, recebida pelo canal corporal por vibrações, somos educados, tomamos conhecimento das notícias e satisfazemos nossas curiosidades culturais ao ouvir, durante toda a vida, respostas aos questionamentos sobre os mais diversos assuntos e coisas que nos fazem rir, chorar ou ficarmos maravilhados, como o choro do recém-nascido, o canto de um pássaro, o vento na folhagem e a água escorrendo da fonte no alto do morro em direção do mar.

Através dos modernos meios de comunicação atualmente existentes, quando utilizada juntamente com a visão é possível nos comunicarmos com pessoas que estão do outro lado do planeta ou mesmo em outro, como a Lua, vendo-as e ouvindo-as ao mesmo tempo, eliminando assim qualquer distância que no passado dificultava a comunicação e a integração entre pessoas, povos e nações.

Com o paladar saboreamos todas as variações entre o doce, o amargo e o ácido, os prazeres que a alimentação nos proporciona e milhões de outros como aqueles sentidos durante um beijo. Pelo olfato é possível perceber todas as variações existentes de cheiros, como o da terra após a chuva, dos perfumes, de coisas frescas ou estragadas e o da pessoa amada.

Mas é o tato nosso maior sensor, tanto que ele é capaz de suprir a maior parte das necessidades das pessoas com deficiências visuais. Com ele sentimos a rigidez ou flacidez dos objetos, sua temperatura, textura, ou experimentar prazeres, como os sentidos quando suavemente tocamos a pele de nosso parceiro.
Milhares de outros prazeres, como cócegas ou arrepios, são todos provenientes de toque físicos, mas com a idade aprendemos a importância de tocar as pessoas – principalmente aquelas que nos são queridas -, de outra maneira, a emocional.

Quando já maduros nos apaixonamos e amamos de modo diferente daquele de nossa juventude, pois agora estamos em busca de tranquilidade, companheirismo, cumplicidade e, principalmente, de amizade. É uma fase quando já aprendemos a importância de constantemente elevar a autoestima de seu parceiro, aceitando-o como é, e não tentando moldá-lo à sua imagem imaginária de pessoa perfeita.

Passamos a perceber a importância de tocá-la emocionalmente. Pequenas lembranças como a de, sem que ela espere, comprar no supermercado sua fruta preferida, levar-lhe flores ou trazer qualquer outro tipo de lembrança quando viaja, são demonstrações de carinho que fazem a pessoa sentir-se amada.

Esse tipo de atitude certamente tocará profundamente sua parceira, atingindo-a em seu sentimento mais íntimo, comumente chamado de alma e naquilo que é mais importante na manutenção e crescimento de um relacionamento maduro: o sentir-se querida.

Ela pode esquecer o que você disse ou fez, mas nunca o que a fez sentir. E provocar  a elevação da autoestima da companheira gera retribuições exponenciais.

(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.

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sábado, 2 de fevereiro de 2013

LILICA: UM EXEMPLO PARA TODOS - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA











Lilica é cachorrinha vira lata. Não tem dono, nem casa, nem casota, para se abrigar. Vive desamparada, em imunda lixeira.

Cansados da cadelinha, abandonaram-na em local onde abunda ferro velho e velhos utensílios imprestáveis.

Ficou só, triste, perdida entre asquerosos desperdícios, entre animais muito magrinhos, muito enlameados, muito raquíticos., que vegetavam, ruminando comida suja e deteriorada.

Para aumentar a desdita, teve oito encantadores cachorrinhos, que eram seu enlevo. Mas, se o alimento escasseava para ela, como iria saciar a fome dos filhinhos queridos?

Como mãe, e mãe carinhosa, sabia que competia-lhe a obrigação de cuidar dos filhotes.

Desesperada, de coração contrito, abala, em busca do sustento, por ruas e becos da cidade.

Depois, mais afoita, caminha, cautelosamente, por movimentada estrada. Conhece a indiferença, a maldade, os sentimentos cruéis dos humanos.

Se nada fizer, seus filhos morrerão. Mergulhada nesse aflitivo pensamento, procura, busca, pede, suplica. É mãe, e como mãe extremosa, ama os filhotinhos.

Quis Deus; sim quis Deus, porque, como dizia o Santo de Assis, os animais também são criaturas do Omnipotente, que deparasse com quem a compreendesse.

Terminada a farta e saborosa refeição, Lilica lembrou-se dos filhinhos, que lá longe, esfomeados, aguardavam seu regresso. Tenta, sem êxito, arrastar a saquita, que continha a apetitosa comida. Depois, desanimada, volvendo o focinho, atira  olhar suplicante para a benfeitora.

Entenderam-na, e caridosamente, ataram a saquinha plástica.

Por curiosidade ou amor, vão no encalço, no propósito de descobrirem onde morava.

Galga dois quilómetros, pela borda da estrada, sempre com a saquinha bem presa nos dentes, e vai depositá-la junto dos filhos, que ansiosamente a esperavam.

Os cachorrinhos cresceram. Foram adoptados; mas Lilica, recorda que no ferro-velho há animais indefesos, que precisam dela.

E assim, diariamente, pela quietude da noite, quando o movimento acalma, embuçada na negridão da noite, trilha a estrada, evitando assim a crueldade da molecagem, para tomar a refeição, que benfeitora prepara com ternura e amor.

Abarca depois a saca, e percorre dois perigosos quilómetros, para chegar ao local onde os esfomeados animais a esperam.

O gesto altruísta, já é admirado e divulgado, por todos que se sensibilizam com a atitude, de extrema caridade, da humilde Lilica. A meiga cachorrinha bem merecia – a exemplo do que se passa noutros países, por gestos menos nobres – que a população e o Município de São Carlos, erguesse, como exemplo para a juventude, monumento, em praça pública da cidade, para que não se esqueça o extraordinário gesto de bondade, da pobre cachorrinha.

Bem queria que todas as mães fossem tão carinhosas e tão altruístas, como a rafeira de São Carlos.



HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal





publicado por solpaz às 17:29
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