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artigos@joaoboscoleal.com.br
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para:
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nogueirablog@gmail.com
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data:
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2 de agosto de 2013 01:06
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assunto:
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Virtualidade
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enviado por:
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cli12668.p03me.com
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Senhor Editor,
Envio um novo texto, Virtualidade, para publicação.
Obrigado
João Bosco Leal
Virtualidade
Atualmente, pode-se dizer que são raras as pessoas no mundo, que não acessam alguma das chamadas redes sociais de comunicação.
Por
meio delas e interligadas de modo exponencial e sem limites, é possível
conhecer pessoas das mais diversas partes do mundo e com os mais
distintos interesses.
Desde
fotos particulares, passeios familiares, receitas de alimentos,
pensamentos de filósofos, poetas a discussões científicas, tudo é
debatido e divulgado nas redes.
As
insatisfações políticas, econômicas ou sociais são transmitidas a uma
velocidade inimaginável aos que uma década atrás já eram adultos.
Em qualquer parte do mundo as revoluções, deposição de governos,
protestos e os mais diversos tipos de manifestações são programados,
organizadas e agendadas através das mesmas, sem que ninguém consiga
impedir.
Mas
tanto em quantidade como em velocidade, essas transformações também
estão ocorrendo em relação aos sentimentos pessoais e assuntos antes
totalmente privados de cada um.
Através
das redes todos se comunicam com uma espontaneidade e liberdade antes
desconhecida, pois nesse tipo de contato todos estão - ou se sentem -,
livres de preconceitos, tabus ou qualquer outro tipo de cultura
socialmente imposta.
Virtualmente,
as pessoas se sentem mais seguras, livres para se aventurar, fazer
confissões e expressar desejos, sentimentos e fantasias, que certamente
não fariam a outra pessoa que estivesse fisicamente diante delas.
Através
das redes, milhões de pessoas casadas realizam suas fantasias com uma
frequência inimaginável e surpreendente até mesmo para os que
frequentemente usam esse tipo de comunicação, como se isso não
significasse nenhum tipo de traição para com seu cônjuge.
Estão
emocionalmente livres de qualquer compromisso socialmente imposto e não
abrem mão disso, tanto que em uma dessas redes divulgou-se uma
brincadeira onde um caboclo dizia: "Óia só comu qui tá o mundu
sô: Nus namoro de hoji in dia, ocê podi pegá na bunda, nas coxa, durmi
junto,......só num podi sabê a senha du feicibuqui e nem mexê nu celulá,
qui aí já é farta di respeitu."
Existem
pessoas para quem o simples fato de se tocar em seu celular já é uma
agressão à sua liberdade, tamanha é a quantidade de "segredos" que lá
deve guardar.
Para
essas pessoas, nas redes sociais as regras são outras, diferentes, ali
vale tudo, mas o que lá é dito ou feito não pode ser divulgado para
pessoas que participam da sua vida real, pois esses dois mundos são
totalmente distintos, não se misturam. O que se vive em um não pode ser
do conhecimento do outro.
Entretanto,
inconscientemente, essa liberdade vai sendo adicionada também à vida
real, e percebe-se nelas - principalmente no aspecto sexual -, que para
sua satisfação, todo tipo de comportamento passa a ser válido, inclusive
vários traços de libertinagem.
Comportamentos
antes impensáveis para pessoas que socialmente e profissionalmente
possuem determinada estabilidade - ou até mesmo destaque -, passam a ser
por elas considerados normais.
A mistura da vida real com a virtual terá consequências imprevisíveis para as estruturas sociais conhecidas.
*Jornalista e empresário
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