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para:
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nogueirablog@gmail.com
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data:
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26 de julho de 2013 01:06
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assunto:
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Texto - Roleta russa
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enviado por:
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Senhor Editor,
envio um novo texto, Roleta russa, para publicação.
Obrigado,
João Bosco Leal
Roleta russa
Existem
mulheres que, já na faixa etária acima dos cinquenta, parecem
metralhadoras, tamanha a velocidade com que atiram para todos os lados
em busca de satisfazer seus desejos sexuais.
Normalmente
são separadas, divorciadas, viúvas, profissionais liberais bem
sucedidas ou herdeiras - de ancestrais ou de ex-maridos -, que foram
infelizes em seus casamentos e agora, quando livres do que as prendia se
abrem para uma corrida maluca em busca de quantidade e não de
qualidade.
Viajam em grupo ou mesmo sozinhas e se divertem com a chance de, longe de suas casas e conhecidos, a cada dia "pegar" mais um e depois, contando para as "amigas", rir das aventuras e do que ocorreu nessas "caças" ou "pegas", usando, aí, vocabulários que, no local onde vivem, para elas seriam inimagináveis.
De
algumas já ouvi tentativas de explicar suas buscas como a de encontrar
um novo e definitivo amor, mas elas sabem que essa não é a verdade, pois
nas cidades ou países por onde passam, todas as noites frequentam as
baladas locais, onde dificilmente encontrarão alguém em busca de um
relacionamento sério.
Nesses
locais, como se crianças fossem, cada uma delas acredita em tudo o que
um homem que ali a conheceu diz sobre sua beleza, inteligência, simpatia
e de sua intenção de conhecê-la melhor, pois sempre procurou uma mulher
como ela para se casar.
Fascinadas com as palavras do príncipe encantado, naquela mesma ou na noite seguinte já vão para uma noite de "amor"
e sexo com o mesmo, passando a se declarar extremamente apaixonadas por
ele que, após essa noite nunca mais a vê ou, em raríssimas ocasiões até
viaja para vê-las e com elas passar mais uma noite, mas o romance,
claro, pouco durará em decorrência das dificuldades provocadas pela
distância e porque, no fundo, o que ele realmente queria era mais uma
para se divertir.
Sentindo-se
então fracassadas, traídas ou incapazes de encontrar uma nova pessoa
que realmente as queira bem e com elas possa tentar construir um novo e
duradouro relacionamento, fingem partir para nova busca, mas na
realidade, como uma delas mesmo disse: "eu quero é tchu, quero tchã, e
também sei fazer o lê lê lê..."
Parecendo
estar somente agora vivendo sua juventude, interrompida por um
casamento precipitado, uma paixão momentânea ou uma gravidez indesejada,
elas nem sequer sabem corretamente o que buscam e alegam que só querem
"ser felizes" e ter novas experiências emocionais e sexuais.
Ao
sair com uma pessoa que sequer conheciam antes de com ele haver
dançado, essas mães - algumas até avós -, se esquecem dos riscos de
poder estar diante de um sádico, traficante, portador de DST ou qualquer
outro tipo de perigo por elas inesperado ou, de fato, imaturamente não
calculado.
Pode-se
pensar que esse tipo de preocupação é exagerado, mas notícias sobre
agressões, estupros, assaltos e até assassinatos iniciados em situações
semelhantes são muito comuns e quem as viveu explica que, antes de ir,
deixou com as outras o endereço do hotel para onde estava indo, onde o
homem dissera estar hospedado, ou que durante a conversa percebera que
aquele novo conhecido era uma boa pessoa, empresário, que trabalhava em
uma grande empresa ou algo assim.
Fingem
não saber que, se aquele fosse um psicopata, bandido, tudo aquilo, de
endereços, hotéis e cartões de visitas, poderiam ter sido criados
exatamente com propósito por ele planejado.
As
buscas desenfreadas por novas experiências e fantasias sexuais,
normalmente se transformam em um tipo de roleta russa que, quando menos
se espera, explode.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista e empresário
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