segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Refém dos ‘companheiros'

10 de outubro de 2011

PorJoão Bosco Leal

Os brasileiros estão assistindo – e sentindo -, as consequências do radicalismo de membros dos sindicatos e forças sindicais de trabalhadores dos grandes centros do país e sua íntima relação com os principais membros do alto escalão do Governo Federal, em sua grande maioria do mesmo partido político, o PT.


Com uma década de indicações para cargos-chaves da administração pública, a estrutura montada na máquina estatal resultou em um governo totalmente dominado pelos radicais do PT e suas diversas alas, marxistas, leninistas, maoístas, castristas e todas as outras ideologias já fracassadas em todos os países onde foram implantadas.


As consequências desse radicalismo ideológico já estão sendo assistidas – e sentidas-, pelos brasileiros em diversos setores da sociedade, como na ineficiência do governo federal na manutenção de toda a infraestrutura de transporte e geração de energia já existente no país, itens básicos indispensáveis para qualquer crescimento.


Digo manutenção dos sistemas já existentes, pois novas obras de rodovias, aeroportos e usinas hidrelétricas foram praticamente inexistentes nos dois governos Lula e mesmo quando nas raras tentativas de implantação de alguma, os ‘companheiros’ do Ministério do Meio Ambiente e suas secretarias não permitiram seu andamento.


A não liberação de licenças ambientais para a construção de novas usinas hidrelétricas e o impedimento de construção ou ampliação de novos aeroportos – simplesmente porque os ‘companheiros’ são contrários às concessões à iniciativa privada -, foram constantes.


A insegurança jurídica é outra fonte de preocupação para a realização de investimentos no país, seja por grupos brasileiros ou estrangeiros, em decorrência das repentinas alterações das regras do jogo, como no recente aumento da taxa de importação de veículos por fábricas estrangeiras que já haviam montado suas redes de revendedoras no país, ou nas várias mudanças das leis que dizem respeito à participação acionária de estrangeiros em empresas aqui instaladas.


A indicação de seus membros pelo Presidente da República e decisões do Supremo Tribunal Federal, como a que anulou o processo contra o filho do Sarney, faz com que a população se sinta totalmente desamparada, imaginando que o Poder Judiciário está submisso e à serviço do Executivo.


A legislação trabalhista brasileira aumenta cada vez mais os direitos dos trabalhadores, sem exigir nenhuma contrapartida, como na recente aprovação do aumento proporcional da indenização de aviso prévio na demissão, que pode atingir 90 dias.


As greves de serviços essenciais, como dos correios e bancos, prejudicam toda a população sem que nenhuma atitude concreta seja tomada pelo governo do PT contra as lideranças sindicais, que não se preocupam – por exemplo-, se idosos, que em sua grande maioria não consegue manusear sua conta através dos caixas eletrônicos, estão sem receber sua aposentadoria ou benefício.


São lideranças inescrupulosas, que permitem que funcionários dos correios deixem de entregar mais de 180 milhões de encomendas, simplesmente por não aceitarem o acordo salarial proposto pela empresa, inclusive não aceitando que sejam descontados ou que tenham de repor os dias parados. O governo esperou mais de 15 dias de greve para recorrer à mediação da Justiça do Trabalho, que levou mais uma semana para determinar que pelo menos 40% dos funcionários da empresa continuem trabalhando, mas a greve já completou 26 dias, com prejuízos incalculáveis à população, ao comércio e à indústria.


Como em todos os países onde foram implantados, os radicalismos ideológicos, como o do PT, só serviram aos membros da cúpula do partido e lideranças sindicais, que exploram a população em benefício próprio.


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