sábado, 29 de outubro de 2011

Que “eca”!


O Estatuto da Criança e do Adolescente e a liberdade na gestão escolar


por Congresso em Foco
28/10/2011 07:00



Fórum



Terezinha Tarcitano*


O que acontece hoje com a educação no Brasil? Por conta de determinados alunos carentes de valores morais e éticos ou arrogantes em face de sua posição social, mas, sobretudo, devido à promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), muitos professores tornaram-se reféns dos alunos. E os gestores de ensino, reféns dos pais desses alunos. O Estatuto, que visa à proteção dos direitos da criança e do adolescente, na prática se volta contra eles. Isso se deve, muitas vezes, a uma interpretação equivocada que se faz da lei.


Mesmo sendo considerada uma das leis mais avançadas na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, o ECA, por um lado, supostamente garante que todos os menores, independentemente de cor, etnia ou classe social, sejam tratados como pessoas que precisam de atenção, proteção e cuidados especiais para se desenvolverem e tornarem-se adultos saudáveis. Por outro, porém, existe um lado sombrio que acaba por engessar as ações dos gestores de escolas no sentido de tentar corrigir comportamentos sociais inadequados ou mesmo inaceitáveis de muitos estudantes nos níveis fundamental e médio, com consequências desastrosas para o futuro dessas crianças e da nossa sociedade.


No capítulo IV, inciso III do artigo 53, a lei rege que toda criança e adolescente tem “direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores”. Essa disposição legal restringe a prerrogativa, anteriormente concedida à escola, de impor sanções educativas. Suspensões ou mesmo expulsões de aluno por atos inadequados ao ambiente escolar tornaram-se praticamente impossíveis. Isso ocasiona uma grande falta de respeito que está se alastrando, especialmente no ensino privado.


Quando da suspensão do seu filho por falha grave cometida, muitos pais, empunhando o ECA, senão acompanhados por um advogado, exigem seus “direitos”, com alegações de que ele estaria sendo discriminado, e por aí vai, como se fossem partes legítimas (testemunhas oculares) do processo ensino-aprendizagem que ocorre no interior da escola. Curioso é que muitos desses pais jamais participam de uma reunião na escola.


Esse tipo de atitude enfraquece a prerrogativa de professores e diretores de zelarem pelo bom andamento dos trabalhos e da educação em suas instituições. Desde o advento do ECA, tornou-se necessária a manutenção de extensos registros, comunicações aos pais, ao longo do ano, de todos os atos faltosos cometidos pelo aluno (independentemente da gravidade) para que, somente ao final do ano, ele seja convidado a se retirar da escola.


Enquanto isso, determinados alunos julgam-se donos da situação, praticam “bullying” e toda a sorte de atos e comportamentos inadequados ao ambiente escolar, pois contam com o respaldo de pais negligentes, que se valem do ECA para livrarem seus filhos de penalidades por seus atos. Na realidade, querem assim, amenizar a culpa por sua ausência e por falharem em repassar aos seus filhos valores éticos, morais e comportamentais meramente compatíveis à vida em sociedade.


Isso pode se tornar uma bola de neve, pois, com o passar dos anos, a personalidade dos filhos tende a piorar e, consequentemente, atitudes tidas como reprováveis passarão a ser inaceitáveis ou, quiçá, criminosas. Tudo isso se reflete na adolescência, especialmente no final do Ensino Médio.


Fica a pergunta: o que serão desses alunos no futuro? O que restará para os professores e gestores de colégios? Onde ficará a educação? Professores jamais deveriam se sentir intimidados por alunos e, muito menos, sofrerem pressão por parte dos gestores no sentido de “aliviá-los” por temor de a escola ser acionada na justiça. Sim, esse processo está inverso. Sou do tempo em que a educação começava em casa, iniciando pelo respeito aos mais velhos e à autoridade e se refletia no colégio no respeito aos professores (sim, o professor é autoridade em sala de aula!).


Não sou contra o que reza o ECA, fruto da luta de movimentos sociais, de educadores, de profissionais, de especialistas e de pessoas preocupadas com as condições da infância e da juventude. Apenas acredito que algumas leis devem ser revistas para que não sejam usadas contra os princípios humanos, e que, no futuro, os alunos sejam pessoas de bem, com moral e virtudes intrínsecos, e não alvos de possíveis discriminações sociais, comportamentais e afetivas.


*Jornalista, assessora de comunicação. Dirige a TTarcitano Assessoria de Comunicação


Fonte: Congresso em Foco – Clique aqui para conferir

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CURSO VIRTUAL DE PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS – GRÁTIS






Este curso virtual é grátis e oferecido aos pais, que podem obter informações úteis para o trato com os adolescentes, por conter orientações práticas para a prevenção do uso das drogas.


Para esse fim, os interessados poderão acessar o site PAIS CONECTADOS, através deste link:


http://www.paisconectados.org/paisconectados.html

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

IMPREVIDÊNCIA

deMOVIMENTO BRASIL DIGNIDADE brasildignidade03@gmail.com
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data25 de outubro de 2011 09:02
assuntoIMPREVIDÊNCIA - BRASILDIGNIADE 25/10/2011
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São Paulo 25/10/2011


Sob o título Imprevidência a Folha de S.Paulo, em seu editorial de 25/10/11 faz sucinta e direta análise à questão do que é o cerne do déficit dos regimes previdenciários no Brasil. Este tema, quase sempre é tratado de forma contundente por uma visão míope, fomentada por interesses corporativistas e especialmente clientelistas em fadar a previdência e a saúde pública ao fracasso e ao descaso. Tais análises ressaltam a inoperância, a continuada alegação de falta de recursos, que na verdade são subtraídos por legislação secundária – DRU, a ordem constitucional, e cujo destino é o Orçamento da Seguridade Social. Não há impostação de soluções, pois o destino é o desatino da fragilização do que é público para encaminhamento às entidades de seguros privadas. Normalmente, ao se falar de resultados previdenciários, o governo e a mídia aludem os cabíveis ao RGPS – “iniciativa privada”, diferentemente do que se faz mundo afora onde são analisados distintamente todos os regimes existentes, sejam de servidores públicos ou originários da iniciativa privada.


O tema fulcral sobre as contas da Previdência Social no Brasil, em que pese a origem do déficit e dano às contas públicas sempre foi e continuará sendo amplamente tratado por esse Movimento através de seus manifestos e publicações na mídia.


O objetivo é simples, - dar a entender à opinião pública e a mídia que o déficit de apenas 4% de todos os beneficiários de todos os regimes previdenciários e assistências existentes no Brasil; sejam eles públicos ou privados, corresponde a mais de 70% do déficit total - previdenciário da nação. Não exite nada igual no mundo. Em resumo, menos de um milhão de cidadãos de primeira classe pelo exercício de tácito corporativismo, vivem de primazias enquanto a imensa maioria; formada por dezenas de milhões, perdem seus direitos para essa conveniência absurda de tão poucos.


Lamentavelmente esta visão em demostrar onde está o cerne da questão parte de poucos; pois no Brasil a busca de direitos consiste, normalmente pelos afetados, em apenas pedir à classe política pelo que é seu direito e não exercitar o que é pelo NOSSO; ou seja, o direito de todos, em amplo sentido de cidadania e respeito ao próximo. Tão quão justo o é o direito dos trabalhadores e aposentados do RGPS ao fim do fator e remunerações adequadas; é tão quanto ou mais injusto que o é recursos subtraídos desses, siguam para uma minoria privilegiada do RPPS - Federal. Somente nos oito anos do governo Lula, esta minoria (980 mil ex-servidores) causou um déficit ao Tesouro; frisa-se déficit; diferença entre o que foi arrecadado e coberto pelo Tesouro, de R$ de R$ 322,9 bilhões. Apenas para traçar paralelo ao leitor, no mesmo período o governo empregou R$ 371,8 bilhões, apenas 15% a mais em verbas para a Saúde aos demais 190 milhões de cidadãos de classe inferior.


Editorial Folha de S.Paulo 25/10/2011


Imprevidência




Demora do governo em avançar na reforma da Previdência do serviço público piora o quadro já temerário das contas do setor




A administração petista está diante de mais uma demonstração dos riscos de sua morosidade na reforma da Previdência dos servidores públicos.



Está em curso uma escalada dos pedidos de aposentadoria no funcionalismo da União, o que tende a se acentuar nos próximos anos em razão do envelhecimento do quadro de pessoal. Em 2011, uma média de 1.290 servidores federais têm se aposentado a cada mês nos três Poderes. O número é o dobro do contabilizado cinco anos atrás e o maior desde 2003.



Naquele ano, o primeiro do governo Lula, foi aprovada a emenda constitucional que estendeu aos futuros empregados no serviço público o mesmo teto previdenciário imposto aos segurados do setor privado (abrigados no INSS), hoje de R$ 3.691,74 mensais.



A medida contribuiu para debelar temores quanto aos compromissos dos novos ocupantes do poder com a solidez das contas. Obtida melhora posterior na economia, entretanto, a austeridade perdeu terreno para o corporativismo.



Somente em 2007 foi enviada ao Congresso a criação da Previdência complementar dos servidores, sem a qual o teto fixado pela reforma não pode vigorar. Apenas no mês passado o Planalto pediu urgência para o projeto, que se arrasta na Câmara dos Deputados.



O preço do atraso será a admissão de milhares de profissionais com direito a privilégios que deveriam estar extintos desde a década passada, caso das aposentadorias de valor igual ou semelhante ao dos vencimentos da ativa.



Só no Executivo, que fornece dados mais detalhados, há 190 mil civis -cerca de um terço do quadro- acima dos 50 anos, um indicador do potencial de aposentadorias prováveis e substituições necessárias nos próximos anos.



A fatura é ainda maior devido à política de contratações sem objetivos claros e reajustes salariais generosos conduzida nos mandatos do PT, quando algo como 150 mil novos contracheques foram incorporados à folha de pagamentos.



Os gastos com pessoal chegarão a R$ 180 bilhões neste ano, aumento de 50% acima da inflação no período. Desse total, R$ 57 bilhões decorrerão de aposentadorias e pensões não cobertas pelas contribuições previdenciárias.



Esse montante será desembolsado para apenas 950 mil beneficiários. No setor privado, a clientela de mais de 20 milhões gera um déficit estimado em R$ 37 bilhões.



Tais cifras deveriam ser suficientes para romper a negligência com que o tema tem sido tratado pelas autoridades. Não basta completar a mudança na legislação: falta um diagnóstico das necessidades da máquina administrativa para limitar a reposição dos aposentados aos casos indispensáveis.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Viciados em adrenalina


24 de outubro de 2011

Por João Bosco Leal

Atualmente as pessoas parecem gostar de viver em estado de muita tensão, com pressa para tudo, os nervos à flor da pele, perdendo o equilíbrio emocional diante da mais simples contrariedade. Os filmes e livros com temas históricos, pacíficos ou de romances, são pouco vistos ou lidos, mas os que tratam de ação, guerra, tiroteios ou suspense, fazem filas nas entradas das salas e não saem da lista dos mais vendidos.


Na juventude, ouvia dizer que o jornal que vende é aquele que sangra quando torcido e hoje percebo como isso é verdadeiro e atual. Por mais que os novos meios de comunicação evoluam, com a internet abrindo novos e imensuráveis caminhos, podemos perceber que os interesses continuam os mesmos e as manchetes dos jornais, telejornais ou de milhares de páginas da web, são sobre brigas, assaltos, crimes, tragédias, revoltas e guerras.


Cenas violentas e verídicas, de pessoas sendo agredidas, feridas, executadas ou já mortas, são constantemente transmitidas em horários de programação livre e assistidas por crianças. Nos últimos dias, provavelmente nenhuma cena foi mais transmitida pelos canais de televisão, publicada pelos jornais e divulgada na internet, do que o linchamento público, morte e exposição do cadáver de Muammar Kadhafi, da Líbia.


Milhões de pessoas assistem os canais, compram os jornais e acessam as páginas com esses temas, facilitando a venda de seus espaços publicitários, mais caros durante os programas de maior audiência, nos jornais de maior circulação ou nos portais mais visitados, proporcionando, assim, maiores lucros às empresas de comunicação.


As indústrias, sempre buscando os mais lucrativos filões existentes no mercado consumidor, produzem automóveis e motocicletas que alcançam velocidades superiores a 300 km por hora, impensáveis de serem atingidas por pessoas que possuam um mínimo de bom senso.


Esporte de extrema violência, o das lutas de vale tudo, chamadas MMA, é o que atualmente mais cresce no mundo e mais lucro proporciona aos seus participantes e promotores, pela quantidade de pessoas que o assiste.


Milhares se reúnem para assistir uma tourada, uma corrida de touros nas ruas, um rodeio ou um treinador de leões e tigres, onde o homem mede força com animais muito maiores, mais fortes e mais pesados que ele.


As torcidas dos times de futebol não se organizam mais para acompanhar e apoiar o seu predileto, mas para o confronto com a do time adversário, se agredindo fisicamente antes, durante ou depois dos jogos e depredando ônibus, veículos e vitrines por onde passam.


Com tudo em sua vida ocorrendo em ritmo acelerado e os horários agendados muito próximos, as pessoas permanecem em constante estado de tensão e parecem gostar de assistir esses fatos, divulgados nos meios de comunicação ou ocorridos nas ruas.


Saindo de um avião, elas ligam seus celulares antes mesmo de chegar aos prédios dos aeroportos, parecendo desesperadas para se comunicar e demonstram verdadeiro pânico quando o esquecem em algum lugar, como se não pudessem mais viver distantes do aparelho.


Em situações de nervosismo e estresse, automaticamente cresce a produção de adrenalina, que acelera os batimentos cardíacos e a respiração, proporcionando maior oxigenação celular e o aumento do fluxo sanguíneo nos músculos relacionados com as atividades sexuais, experiência agradável, que as pessoas procuram repetir.


A adrenalina, por provocar sensações de prazer, vicia como qualquer outra droga, fazendo a pessoa buscar as mais diversas formas de geração de tensão, com a consequente necessidade de novas e sucessivas doses.


MATÉRIA ENVIADA PELO AUTOR, PARA PUBLICAÇÃO – VEJA-A NO SEU SITE, CLICANDO AQUI.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Politicalha econômica feita com chapéu alheio


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data20 de outubro de 2011 08:16
assuntoPoliticalha econômica feita com chapéu alheio-Brasil Dignidade 19/10/2011
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Brasil Dignidade


Politicalha econômica feita com chapéu alheio


http://movimentobrasildignidade.blogspot.com/2011/10/politicalha-economica-feita-com-o.html


O Senado em ato contínuo ao da Câmara aprovou sem emendas, e com extrema rapidez, o projeto de lei complementar que eleva o limite de faturamento das microempresas que optaram pelo Simples Nacional de R$ 240 mil para R$ 360 mil/ano e, para as empresas de pequeno porte, de R$ 360 mil para R$ 3,6 milhões/ano, antes consideradas até 2,4 milhões/ano. Ou seja, ampliaram-se em 50% os parâmetros até então vigentes. O projeto segue para aprovação da presidente Rousseff e assim vigorará a partir de 2012. Estima-se que existam 5,4 milhões de empresas em funcionamento no país, das quais 99% são micro e pequenas, responsáveis por aproximadamente 50% dos empregos formais. Diz o Governo, e o Congresso, que a redução da carga tributária a estas empresas possibilita a maior formalização, e assim a fundo, uma maior inserção contributiva. Esta inserção é o que lhes interessa, pois uma vez na formalidade mais fácil será fiscalizar se praticarem informalidade. “Mais vale um contribuinte na mão do que dois voando”.


A lei complementar 123/2006 (vigente desde 2007) e que tanto dá substância a prosa da base parlamentar de apoio às ME’s, composta por nada menos que metade do Congresso, em especial através do seu líder – Dep. Pepe Vargas – PT/RS, exalta que a introdução do Simples Nacional, como façanha pródiga do seu partido; visto que antes de assumirem o Poder nada havia, o Brasil era terra arrasada como lula prega em suas palestras. O Simples Nacional versa por uma coordenação tributária que permite às ME’s, de vários setores, recolherem ao fisco através de única guia mensal oito tributos das três esferas de Poder. A contribuição previdenciária é recolhida a parte; é reduzida, goza de renúncia concedida pelo governo a despeito disto prejudicar o Orçamento da Seguridade que concorre aos direitos de outrem. Em suma, a politicalha fazendo a felicidade de uns com os direitos de outros.


A incompetentemente administração da economia brasileira seguiu enquanto pode no “piloto automático”, mas é impossível perpetrar tal situação, e a cada decisão própria investe contra a cidadania. O aumento da carga tributária, que o atual Poder emanante prometia reduzir, fomenta uma política que em melhor definição é uma politicalha econômica que diz ser desenvolvimentista e apenas se fundamentada em notáveis programas de “bolsas – doação”, caraterísticas por de fazer cortesia com chapéu alheio, o nosso – os contribuintes, e sem que nos leguem justa contrapartida. Explica-se:


O bolsa-empresário custará aos cofres públicos este ano cerca de R$ 30 bilhões. O bolsa-banqueiro, entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões. O bolsa-mutuário, estimado pela Caixa Econômica Federal em R$ 32 bilhões.


Bolsa-mutuário, ou programa Minha Casa, Minha Vida, que evidentemente ficará muito aquém da fanfarronice publicitária das eleições, merece louvor no sentido de buscar resolver um dos graves problemas sociais do país. Porém, vale notar que aquilo que é estimado como “custo social” (subsídio) para tal programa, e que no máximo resolverá 1/3 do déficit habitacional do país, também significa 1/3 do que está previsto com realização da Copa da FIFA. Este poderia ser um dilema para um país e nação séria: - promover a Copa e seus estádios, ou acabar com o déficit habitacional do país? Certamente o povo e seus supostos representantes no Congresso ficariam com a opção da “bola correr”, uns pela paixão ao esporte; outros pela locupletação nas falcatruas que certamente adviriam. Vale lembrar que no programa de governo do PT e de sua base aliada, rotulado de: -13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff com a sociedade brasileira” - no 10º cita, - prover as cidades de habitação, saneamento, transporte e vida digna e segura para os brasileiros # propõe a construção de mais de dois milhões de casas no programa Minha Casa Minha Vida; - ou seja, quase 42 mil/mês em quatro anos de mandato, ou ainda 1.400/dia; ou ainda 23/ hora, mais rápido que o transito de São Paulo. No 7º cita # O Governo Federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas –ou seja 125 creches/mês, ou pouco mais de 4/dia; e ainda 210 quadras/mês, ou 7/dia. Somos um país de números fantásticos e de uma crendice bárbara!


O bolsa-empresário é a definição do ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, e consiste no custo dos recursos transferidos do Tesouro para o BNDES. Findo o primeiro semestre desse ano foram pouco mais de R$ 270 milhões, e o cálculo se precipita entre a diferença da taxa de juros que o Tesouro repassa ao BNDES, que é TJLP – 6% a.a., para quanto o próprio Tesouro paga aos rentistas para se financiar – em média (2011) -11,2%. Inclui-se aqui o subsídio implícito nas transferências do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), cuja fonte de financiamento é o PIS. Ao todo isso equivalerá, segundo o economista, cerca de R$ 30 bilhões em 2011. Já o chamado bolsa-banqueiro, é mais conhecido e adulado pelo governo que utiliza na cantilena de que a dívida externa do país foi paga no governo lula. Trata-se de US$ 346,1 bilhões (o7/11) em reservas e que vai aumentando a medida que o BC compra dólares, e nisto implica um custo exorbitante e desnecessário, posto que em 2008 o país possuía pouco mais de US$ 210 bilhões e foi o suficiente para atravessar os momentos difíceis de 2008. O custo atual é pouco superior a US$ 50 bilhões/ano para manter essa “poupança” a juros reais negativos, dos quais quase 50% são completamente desnecessários em qualquer sentido face ao custo gerado.


Talvez disto venham os títulos honoríficos ao ex-presidente lula, ou ainda os convites e retribuições a peso de ouro a que "professore palestras" onde expõe baboseiras aos tolos que vão ouvir; pois falar e ouvir o que inútil lhe seja, é prevaricar-se da própria sapiência. Assim o mundo se curva aos sólidos fundamentos econômicos brasileiros e da politicalha econômica petista - Em 2010 o custo médio de carregamento da dívida interna da União foi de 0,8499% ao mês (10,69% ao ano), com ganho real positivo para os investidores de 0,9915% ao mês (12,57% ao ano), depois de incluída a deflação média/mês do IGPM de 0,1416% ao mês (1,7125% ao ano). No mesmo ano as reservas de US$ 238,1 bilhões foram remuneradas com juros reais negativos de 3,8% ao ano (juro zero e inflação americana de 3,8% ao ano). Prêmio “Honoris Causa” pelos grandes especuladores internacionais; - o Brasil pagou juros reais positivos de 12,57% ao ano e recebeu pelas aplicações das reservas juros reais negativos de 3,8% ao ano. Um ganho real para o mercado financeiro internacional de 16,37% ao ano (Fonte MF). Olhos para quem quer enxergar e ouvidos para quem queira ouvir, ensina-nos o Evangelho.


Voltando ao tema original do “chapéu alheio”, há de se afirmar que o empreendedorismo é marca indelével de uma economia pujante, e assim considerado junto com os mecanismos de proteção social, como os fundamentos necessários a impulsionar a prosperidade e estabilidade socioeconômica de uma nação. Torna-se indispensável ao Estado incentivar o empreendedorismo e reduzir a burocracia tributária; assim como atuar na proteção social. Neste sentido, o Estado, no papel de gestor e ente imparcial, vigilante aos interesses da nação, haveria de fazer concessões de ordem fiscal, porém sem desdobramentos em que os benefícios de uns fossem prejuízos de outrem. Então vejamos quais argumentos não utilizados pela gloriosa Frente Parlamentar que defende as ME’s.


As empresas de caráter empreendedor, ou de alto crescimento (EAC), conforme critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), devem possuir 10 ou mais pessoas ocupadas no período inicial de observação e devem apresentar crescimento médio do pessoal ocupado-assalariado maior de 20% a.a., e por um período consecutivo de três anos (iniciais). As EAC’s que por cinco anos desde o início de suas atividades mantenham esse padrão de alto crescimento, são denominadas gazelas (gazelle) e constituem um subgrupo específico desse contingente, reflete-se aqui o grande sucesso das franchisings no Brasil que “queimam” muitas etapas desde o planejamento, configuração e constituição de marca, mercado, confiabilidade etc.; pois trazem de imediato ou em curtíssimo prazo maior apelo à fidelização e consequentemente a resultados.


Em 2008, últimos dados disponíveis, as EAC’s tiveram um crescimento médio no pessoal ocupado de 172,4%; ou seja, entre 2005 e 2008; cresceram 99,6% mais que o estabelecido pelos critérios da OCDE. Elas ainda foram responsáveis por 18,0% do total do valor adicionado e 18,3% das receitas nos setores de indústria, comércio, serviços e construção ao PIB do período, e foram responsáveis por 57,4% do total de ocupações criadas entre 2005 e 2008. A maior parte das empresas de alto crescimento são micros ou de pequeno porte. Em 2008 - 51,6% das EAC’s eram empresas de pequeno porte (com 10 a 49 pessoas ocupadas), 39,0% eram de médio porte (de 50 a 249 pessoas) e 9,3% eram grandes (250 ou mais pessoas). No caso das “gazelas”, a participação das pequenas era ainda maior, 55,2%, enquanto a participação destas nas médias e das grandes se reduzia para 38,4% e 6,4%, respectivamente.


Acima estão alguns poucos e técnicos argumentos que poderiam muito bem embasar uma política e não politicalha econômica de incentivo fiscal às ME’s e até buscar dar maior mérito às vocacionadas que registrem alto crescimento, como demostrado. Quem de fato estuda economia, depara com inúmeros exemplos de estímulos fiscais ao empreendedorismo inovador e socialmente responsável mundo afora. Aqui somos fustigados até na ONU com um discurso presidencial, meramente populista, sobre a necessidade de quebras de patentes sobre medicamentos, ou seja, punir quem inova e investe em pesquisas, mas “esquece-se de dizer” que somos campeões disparados na taxação mundial de medicamentos – 34% a 36%. Isto tudo ocorre pelo imprescindível, objetivo da politicalha esquizofrênica em custear uma gestão pública arcaica, medíocre, míope e caríssima. Vale dizer que o governo federal em sua folha de pagamentos representa o maior peso dentro dos custos aberrantes, e disto compreende-se o financiamento da dívida pública a sustentar um sem números de supersalários, hiperaposentadorias, e tantas mazelas mais, e tão somente até agosto do corrente ano, considerando os últimos doze meses, quebraram-se todos os recordes anteriores, de tal forma que “nunca antes na história deste país” pagamos tanto em juros (serviço da dívida) – R$ 224,8 bilhões, e isto com a cotação média do dólar e euro em baixa no transcurso do primeiro semestre do corrente ano.

A façanha em estimular as ME’s vem em parte do Orçamento Fiscal, como dali sai ao BNDES até para financiar a Transcocaleira na Bolívia; mas em maior parte do Orçamento da Seguridade Social (Previdência/ Saúde/ Assistência Social), sob excrescente rubrica - “renúncias previdenciárias”; o que pode levar algum leitor desatento a imaginar que as ME’s são entidades filantrópicas. Em 2012, serão R$ 18,9 bilhões subtraídos do Orçamento da Seguridade, talvez seja por isso que a presidente Rousseff tenha vetado o aumento aos aposentados, e o Ministro Garibaldi ensaia e nada apresenta sobre o escorchante fator previdenciário.


Como sempre, o merecido incentivo ao empreendedorismo não foi através de cortes nos gastos da incompetente e mal fadada gestão pública; mas sim de direitos dos segurados e contribuintes do RGPS-mera transferência de direitos, versa pelo que clamam de política econômica, e que sequer obedece a quesitos mínimos de política orçamentária, misturando o orçamento da Seguridade com o Fiscal. Uma zona propositada a serviço da politicalha! No Brasil, o Poder Público esta a premiar a incompetência, e com primor, caso contrário não teria a mediocridade a apoiá-lo nos vários segmentos da sociedade. Na OCDE denominam “gazelas” as empresas de alto rendimento, sob a mesma ótica o nosso setor público seria rotulado de burro empacado alimentado a pão de ló pelos contribuintes que precisam deixar de ser inertes.


Oswaldo Colombo Filho


O Estado de S.Paulo 14/10/2011

Diário da Manhã (GO) 15/10/2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Belezas invisíveis

17 de outubro de 2011

Por João Bosco Leal

Os que trabalham ou conviveram na área rural certamente já ouviram relatos de bovinos que sumiram e só são encontrados já mortos, dentro de buracos, quando se vê os urubus sobrevoando o local. Presenciei, anos atrás, um trator que preparando terras para o plantio, literalmente afundou ao passar sobre um formigueiro abandonado, o que não ocorre, por maior que seja a máquina, enquanto o formigueiro é habitado.


Quantas vezes passamos sobre um formigueiro, sem imaginar que matando as formigas nele existentes, este poderia afundar e comprometer a estrutura da casa construída ao seu lado ou sobre ele, ou até mesmo antes que existisse?


Vivemos sem notar milhões de detalhes da natureza como os formigueiros, ou mesmo a organização destes e das colméias, que nos fornecem alimentos e remédios – mas também matam -, sem observar as flores e paisagens, o cuidado dos animais com suas crias, os movimentos delicados de um pássaro construindo seu ninho, a imediata brotação das sementes logo após as primeiras chuvas.


Nos mamíferos, o instinto materno faz com que, imediatamente após o parto, a mãe já lamba sua cria livrando-a dos restos da placenta e cortando seu cordão umbilical. As crias, por outro lado, mesmo as que não enxergam como os cães e gatos, por ainda não terem aberto seus olhos, já se arrastam, enquanto outros como os bezerros, já ficam de pé, mas todos logo saem em busca das tetas maternas para se alimentarem, diferente do ser humano, que após o nascimento não sobrevive sem ser alimentado e cuidado.


Milhares de questionamentos e observações antes consideradas insignificantes, bobagem ou perda de tempo, impensáveis para os mais jovens, normalmente só são realizados pelos mais velhos, experientes, com maturidade, quando dedicamos tempo para admirar a beleza de tantas diferenças.


Com fotografias tentamos ‘arquivar’ uma cena admirada em determinado local ou momento, mas as imagens mais belas sempre serão aquelas da natureza, inusitadas, que não possuem formas ou cores definidas, que não são ou jamais serão, iguais a nenhuma outra, como uma experiência inesquecível para quem a teve, de despertar com o som de pássaros livres, cantando, dando boas vindas ao sol.


Os detalhes do nascer ou por do sol no horizonte, com suas cores e sons totalmente distintos a cada dia, só são realmente admirados por aqueles que já não possuem mais pressa, que ficam encantados quando ouvem o canto de um sabiá-laranjeira perdido em uma rua da cidade do interior e podem se dedicar a observar e ouvi-lo.


São pessoas capazes de permanecer parados à margem de uma rodovia, aguardando um bando de Quatis que atravessam a pista e que procuram fotografá-los, para compartilhar aquele momento com os amigos. Para esses, a pressa já não é importante, pois em tudo que agora fazem, o que mais interessa é que seja bem feito.


Os que atingem esse estágio da vida já não passam pelos mais diversos locais sem nada perceber e, muitas vezes, interrompem o que faziam para poder observar o desabrochar de uma rosa ou os movimentos de uma plantação de girassóis.


Sabem que quando o sol está muito alto, os pássaros não voam ou cantam, os animais silenciam na mata, os peixes sequer buscam as iscas dos pescadores e, por isso, os de cabelos já brancos ancoram seus barcos sob a sombra de uma árvore, na margem do rio, para descansar no mais puro e profundo silêncio.


Só os mais maduros entendem que a observação é a única chave capaz de abrir a porta para as belezas invisíveis aos jovens.


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