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responder a:
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artigos@joaoboscoleal.com.br
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para:
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nogueirablog@gmail.com
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data:
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25 de outubro de 2013 01:10
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assunto:
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Nossas cicatrizes
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enviado por:
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cli12668.p03me.com
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:
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Importante principalmente porque foi
enviada diretamente para você.
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Senhor Editor,
envio o texto Nossas cicatrizes, para sua publicação.
Obrigado,
João Bosco Leal
Nossas cicatrizes
O
tombo quando engatinhava provocou um pequeno corte no queixo da
criança. Foi a primeira das muitas cicatrizes que seriam adquiridas ao
longo de sua vida.
Depois
de aprender a caminhar ela começou a correr, brincar de
esconde-esconde, pega-pega, queimada, quando ocorreram novas quedas e
surgiram novas marcas, algumas pequenas que logo sumiram e outras
maiores, que permaneceram em seu corpo por muito tempo ou mesmo por toda
a vida.
Além
daquelas surgidas das mais diversas experiências ao longo da vida, as
pessoas também adquirem outro tipo de cicatriz, bem mais profundas, não
aparentes, provocadas pelas dores emocionais.
Logo
nos primeiros anos de escola, quando inicia sua convivência social com
outras crianças da mesma faixa etária, ela se decepciona quando têm sua
primeira demonstração de interesse - realizada com os olhares ainda
tímidos - ou a primeira paixão, não correspondida.
Na
escalação da equipe de futebol, vôlei, basquete ou de natação, quando
foi preterida por outra pessoa, ocorre uma nova frustração que também
deixa marcas, mais ou menos profundas, dependendo da personalidade já
adquirida por cada um.
Os
resultados obtidos nas disputas, jogos, notas e provas escolares
começam a provocar nos indivíduos, um senso de reconhecimento da própria
capacidade que se refletirá em vários outros setores, como na carreira
profissional e consequentemente no sucesso, pois todos são o resultado
dos seus erros e acertos, das palavras que trocaram, do que viram, se
lembram ou esqueceram.
Homens
ou mulheres, os bem sucedidos serão admirados, enquanto aqueles que não
se saíram bem serão praticamente ignorados pela sociedade que os
circunda, o que gera maior autoestima nos primeiros, e baixa nos outros.
O
fato de serem ou não admiradas por seus resultados nas mais diversas
áreas, associado à sua maior ou menor autoestima provocará, nessas
pessoas, reflexos inclusive nos relacionamentos com o sexo oposto, pois,
inconscientemente e desde os primórdios, os humanos escolhem, para
procriação, os vencedores.
Assim,
independentemente da beleza física, aqueles que não obtiverem bons
resultados, não se sobressaírem, certamente terão outras cicatrizes -
agora sentimentais -, por serem preteridos pelos vencedores, muitas
vezes sem os predicados físicos que possuem, mas certamente mais
competentes em outras áreas.
As
marcas físicas, causadas por acidentes do passado, são de feridas
curadas, de superações, mas as dores das frustrações, das decepções,
sejam com amigos, parentes, paixões ou amores, provocam cicatrizes
aparentemente invisíveis, mas geralmente maiores que aquelas
provenientes de impactos físicos.
São
essas cicatrizes não aparentes e algumas vezes incuráveis - provocadas
pelas dores sentimentais, da alma -, que transformam as pessoas,
deixando-as tristes, amarguradas, enclausuradas, sem desejos ou novas
perspectivas. Para elas não há remédio, a ferida pode até ser curada,
mas a estória já ocorreu e a cicatriz existirá. Só lhes restará
envelhecer com ela.
As cicatrizes adquiridas são as marcas do que vivemos, mas as invisíveis foram, certamente, as que mais doeram.
João Bosco Leal* www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista e empresário