terça-feira, 3 de abril de 2012

As redes sociais


2 de abril de 2012

Por (*) João Bosco Leal

Apesar de sempre procurar aprender e participar das novas tecnologias que surgem no mercado, muitas coisas deixam de interessar àqueles que já possuem ou já passaram dos cinquenta e muitos – como eu -, que preferem cada coisa em seu devido lugar, como um celular que seja usado para a comunicação oral e não para ficar sendo teclado o dia todo, em diversas outras atividades além da de telefonar.


Os jovens, ao contrário, são capazes de se reunirem em torno de uma mesa e lá ficarem, durante horas, sem se comunicarem entre si, cada um jogando, recebendo ou enviando e-mails, ouvindo músicas através de seu moderno equipamento smartphone iQualquer, ou até mesmo se comunicando, mas com pessoas distantes dali.


Atualmente podemos participar de diversas atividades tecnológicas que sequer eram imaginadas na minha juventude, como programas de controles financeiros, internet, compras em lojas virtuais, pagamentos de contas, e-mails, sites de notícia, de buscas de músicas e de redes sociais.


Através dos diversos programas de comunicação do tipo Voip, como o Skype, nos comunicamos vendo nossos interlocutores, o ambiente onde estão e o que fazem naquele momento, mesmo que do outro lado do planeta.


No Facebook reencontramos pessoas que não víamos, ou de quem não ouvíamos falar a muitos anos, tornando essa ferramenta muito útil, além de divertida. É uma oportunidade valiosa, gratuita e de fácil acesso para todos o que explica sua popularidade mundial.


Alguns insistem em utiliza-la indevidamente, postando propagandas de seus negócios, assuntos nada interessantes como o que comeu ou comerá no jantar ou sobre programas televisivos nada culturais e bastante emburrecedores como o BBB, desvirtuando a finalidade principal do programa que é a de encontrar, rever ou fazer novas amizades, mas isso faz parte de tudo o que é realmente democrático.


Outro ponto interessante que podemos observar é como as pessoas se respeitam, cada um expondo suas ideias, suas preferências musicais ou políticas e mesmo quando existem discordâncias, isso não provoca nenhum tipo de agressividade ou respostas menos educadas. É a maturidade agindo e a democracia sendo exercitada.


Na rede podemos encontrar, ou saber o que ocorreu com pessoas queridas, que a vida afastou de nossos olhos, mas não de nossas mentes ou corações. Como estão, onde moram, se constituíram ou não família, quantos filhos, netos e tudo mais que a curiosidade humana possa nos despertar sobre pessoas de quem mais nada sabíamos.


Amizades e até amores antigos acabam sabendo da história de vida do outro e mesmo aquelas com quem durante a infância ou a juventude tivemos algum desentendimento, agora nos são queridas, pois a maturidade já nos ensinou o que realmente é importante e desavenças juvenis nada mais significam, ou sequer são lembradas.


Sempre é muito agradável o reencontro com essas pessoas, que tomaram rumos distintos, construíram vidas totalmente diferentes das nossas, mas que nos trazem lembranças diversas da nossa história, da nossa vida.


Nesses reencontros, os sentimentos de carinho, afeição e tantos outros, acabam aflorando até mesmo em pessoas de coração menos sensível, mas incapazes de fugir de sua história, seu passado.


Isso provoca uma onda de bons sentimentos nas pessoas, atualmente tão ocupadas com seus compromissos da vida moderna, que não possuem tempo para viver a vida.


O lado negativo dessas redes é que independentemente de se com amigos, parentes, namoradas ou esposas, as pessoas acabam dedicando mais tempo aos relacionamentos virtuais e menos aos reais.


As redes sociais aproximam as pessoas fisicamente distantes, mas afastam ainda mais as que estão próximas.


(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.


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