
O Anuário de Futebol Português e Europeu - 1983/4, publicou texto de Marcelo Rebelo de Sousa, equiparando a política ao Futebol:” Aos seis anos era entusiasta de bancada. Aos 10 começaria a sê-lo no relvado. Aos 25 anos era director da Federação Portuguesa de Futebol.
Em tantas e diversas experiências não encontrei nada (nem mesmo o jornalismo) que se parecesse com a política do que o Futebol.”
Por serem tão semelhantes é que nunca ouvi político criticar o desgoverno de clubes desportivos e os escandalosos vencimentos que treinadores e jogadores recebem. Se Primeiro-ministro contratasse, por milhões, economista famoso, capaz de equilibrar as contas públicas e colocar o país ao nível das mais adiantadas nações do mundo, caía o Carmo e a Trindade.
A oposição bradaria: que havia crianças com fome e famílias na miséria. Era desrespeito com o povo, pagar milhões a um ministro! Mas se o clube paga seis milhões ou mais, não há da direita à esquerda quem proteste. Medo? Não. Sabem que se arriscavam a perder as eleições.
As línguas palradoras emudecem quando o assunto é dinheiro do Futebol!
A esquerda pronta a criticar o capitalismo, os empresários e vencimentos doirados de gestores, calam-se perante milhões e biliões de euros que o mundo desportivo movimenta.
Salazar – o mais inteligente político português do século XX, – sabia perfeitamente o poder do Futebol, para adormecer e desviar o povo dos reais problemas da nação.
Apelidaram-no até como o homem de três “F’s” – Futebol, Fátima e Fado.
O Futebol continua, e com mais força com a chegada da democracia. Fátima é tolerada, por respeito à fé do povo. O fado, depois de silenciado – ainda não descobri a razão, – renasceu ao ser considerado património mundial.
Os Mundiais de Futebol, são, em regra, desastrosos para a economia das nações que os realizam. Mesmo assim são disputadíssimos pelos países! …
É mais fácil construírem estádios, que hospitais e pronto-socorro… e até escolas!
O político, no poder, precisa, como os Césares de Roma, divertir o Povo.
O Imperador Romano tinha o circo. O Coliseu, com espectáculos degradantes. O político actual – da direita à esquerda, – anestesia o povo com futebol e Carnaval.
Com tambores, fanfarras e “guerrinhas” desportivas, o poder divertem e governam ou desgovernam. Por vezes até os “amigos” se governam…
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
publicado por solpaz às 11:32
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