sábado, 21 de junho de 2014

UM MISSIONÁRIO EM TERRAS DO TIO SAM - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA









Numas das minhas viagens a terras de Santa Cruz, encontrei-me com missionário, que administrava programa religioso, numa emissora de rádio.

Após visita aos estúdios, onde se faziam as gravações, cavaqueamos sobre evangelização, e o melhor forma de levar Cristo ao povo.

A conversa descambou, e passamos a falar da sociedade e mentalidades de povos, quiçá, criada pela mass-media e figuras publicas que vivem em cada país.

Contou-me, então, o sacerdote, a viagem que fizera aos Estados Unidos, a fim de angariar donativos para o programa que mantinha na rádio.

Após contactar pastores e fieis das paróquias, houve membros que solicitaram a passagem pelas residências, para buscar donativos.

Selecionou endereços, por ruas e bairros, e iniciou as visitas.

Para seu espanto, verificou, que na maioria das casas, era recebido de modo semelhante:

Viviam em moradias, colocadas em relvados, ou apartamentos, onde o condomínio prestava os serviços essenciais, ao bom funcionamento do lar.

Ao entrar, encontrava, casal e filhos, descalços, estirados no chão, a ver TV.

Antes que dissesse ao que vinha, o chefe da família, sem se erguer, dizia-lhe para ir ao escritório, abrisse determinada gaveta, e retirasse determinada quantia.

Assim fazia, e espantava-se, ao verificar que na gaveta havia centenas de dólares, em dinheiro vivo.

E concluiu assim a narração:” No Brasil, ninguém, faria o mesmo. Mas os crentes americanos não acreditavam, que sacerdote,  indicado pelo pároco, fosse desonesto.

Em Portugal, por mais santo que fosse o missionário, não havia crente que confiasse, quanto mais a um desconhecido e estrangeiro.

É bem verdade: cada povo, cada nação, tem mentalidades diferentes.

Nos Estados Unidos, os poucos que sonegam impostos, negam, mesmo perante amigos. Em Portugal, e Brasil, quem consegue sonegar ao fisco, não só o faz, como ainda se gaba de o ter feito.

Talvez seja por isso que uns progridem e outros, por maior que sejam as riquezas, não passam de nações de futuro.




HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por solpaz às 11:03
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