"Todos buscam as suas próprias coisas,
e não as que são de Jesus Cristo."
(Fl 2:21)
Graças aos modernos meios de comunicação, o Evangelho foi praticamente difundido em todo o mundo.
Mas,
infelizmente, o cristianismo, tendo ganho em quantidade, perdeu, e
muito, em qualidade, porque nas últimas décadas surgiram seitas,
apelidadas de neopentecostais, que exercem “evangelização” agressiva,
baseada em marketing empresarial.
Como
se fossem simples estabelecimentos, vendem produtos que vão ao encontro
de desejos e interesses dos que amam o mundo: dinheiro, status sociais,
fama, sucesso imediato, a troco de ofertas, algumas bem generosas…
Os
líderes dessas novas seitas aparecem em programas televisivos, com
gestos estudados, como vedetas, como se fossem estrelas de cinema ou
ídolos desportivos.
Alguns
possuem canais de TV, postos de rádio e jornais e revistas de grande
tiragem, quase sempre aparecendo como independentes e generalistas.
São, na realidade, publicações camufladas, ao serviço do líder, que administra o “império” como empresário multinacional.
Possuem aviões, várias residências, e numerosas empresas que vivem à sombra da “Igreja”.
Em regra, tudo, ou quase tudo, encontra-se como propriedade da denominação, para fugirem ao fisco, mas o proveito é próprio.
Há
dissimulada concorrência entre os supersacerdotes. Concorrência que se
verifica não só em ridicularizar a “fé” dos antagonistas, mas na
construção de megatemplos.
O
púlpito eletrónico, muito em voga, serve, quantas vezes, para o pastor
obter prestígio e dinheiro, e não para difundir a doutrina, como muitos
pensam.
Esses
“sacerdotes” pululam, já que o “ negócio” vai de vento em popa –
parece, o que não é verdade, já não haver quem evangelize ou “cure” de
graça!
Infelizmente chegam a contagiar as verdadeiras Igrejas Evangélicas, e até certo clero católico.
Nos
seus templos, supermercados de religião, resolvem desde problemas
amorosos, a financeiros. Para isso “ vendem”: água, óleos, toalhinhas e
até livros… que realizam milagres, que crendeiros e supersticiosos,
adquirem e recomendam.
Felizmente
nem todos os neopentecostais caiem nesses exageros desonestos - há
sempre gente honesta em todo lado, - mas quase todos são excelentes
psicólogos e conhecedores de truques eficazes para arrastar multidões e
explorarem os simples.
Graças
ao Papa Francisco, homem integro, corajoso e humilde, que convive com
todos, não fazendo exceções de pessoas e classes, o catolicismo parece
estar livre do contágio desses oportunistas – que servem-se das
necessidades do povo para terem melhor vida…, – já que Sua Santidade
anda empenhado em reformar a Igreja, aproximando-A dos ideais
primitivos.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal