Dizia Fulton Sheen, que quando se observa alguém de cabeça inclinada, enterrada entre mãos, logo se pergunta se está com dores de cabeça.
Isso acontece, porque a sociedade deixou de pensar. Pensa que pensa, mas não pensa, como bem dizia o mendigo de Joracy Camargo.
Conhecemos, pelos meios de comunicação social, tudo ou quase tudo que ocorre no mundo - pelo menos o que nos interessa, - mas desconhecemos o principal: que é: a felicidade da nossa família.
Devido à fraca atenção que prestamos a nossos filhos - porque temos estudos e carreira profissional, - estes tornam-se vítimas de depressões. Doença que outrora só atingia praticamente, adultos, é agora frequente na puberdade, assim como outros transtornos.
Responsabiliza-se a sociedade pela violência, agressividade e comportamentos incorretos, na escola; esquecendo que a sociedade não é mais que conjunto de famílias.
Não admira que professores, mesmo os mais dedicados, encontrem-se “ stressados”, já que a falta de educação reflete-se na escola.
A sala de aula transformou-se em campos de batalha. O mestre, outrora respeitado, passou a bobo de divertimento. Contribuiu, para isso, o facto de terem retirado autoridade ao professor, e considerarem que o adolescente é irresponsável, portanto, tudo lhe deve ser perdoado.
Mal vai quem quer impor ordem ou aplique castigo, por mais inofensivo que seja. Pais, advogados, inspetores e até políticos e jornalistas caiem-lhe, sem dó, em cima, responsabilizando-o por maus-tratos físicos ou psíquicos.
Tudo porque os pais não sabem, ou não querem educar. No receio de os traumatizar, satisfazem-lhes todos os caprichos e aceitam todas as birras.
Cabe aos pais e não à escola, educar. Esta tem por principal missão, o ensino. É em casa que a criança forma a índole e toma conhecimento de regras que lubrificam as relações interpessoais, e permitem-lhe viver em sociedade.
Não há, como se pensa, uma só forma de educar. Criança que nasça em família muçulmana, cristã, budista, hindu ou agnóstica, tem comportamentos e modos de pensar diferentes. Isso não impede de vir a ser cidadã exemplar, se for educada a respeitar os mais velhos e o semelhante.
A escola, ao educar, transmite regras estereotipadas. Cunha, do mesmo jeito, como o banco emissor imite moedas: todas iguais. Normas, que nem sempre são aceites pelos progenitores, que conservam opiniões, conceitos morais e até políticos, bem diferentes do mestre.
Educar é transmitir: registos, comportamentos, atitudes, e imagens, que o adolescente, observa aos pais e à família.
Devem, pois, os pais incutir conceitos, normas de conduta, e até avivar sentimentos, dialogando com os filhos, ouvindo as inquietações e dificuldades que sentem.
Os jovens são estimulados pela mass-media, ao consumismo, a aceitar opinião em voga, pensar pela cabeça alheia, aceitar o que a lei permite, mesmo que seja perversa. Se é permitido, se se usa, posso seguir, - pensa o jovem.
A missão dos pais é estimular sentimentos altruístas; mostrar a diferença entre o bem e o mal; ensinar a pensar, baseado em valores recebidos desde a infância.
Se não se fizer assim, cria-se o delinquente, o adulto cata-vento, que gira ao sabor da corrente.
Só teremos sociedade sã, pacífica e justa, se soubermos educar desde o berço.
E essa educação só pode ser administrada pelos pais e não pela escola, e muito menos, pela lei.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
publicado por solpaz às 14:33
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