Por Alamar Régis Carvalho
Conforme sabemos, também, o nosso país é mestre em dar proteção para bandidos. Agora mesmo, mais uma vez, a imprensa acaba de anunciar que o Fernandinho Beiramar continua gerenciando o seu império de dentro da cadeia, deixou claro que a cadeia não vai lhe corrigir em nada, debocha na cara das autoridades, das leis e da JU$TI$$A, continua movimentando fábulas de dinheiro, continua mandando matar quem ele quer matar... e tudo fica do mesmo jeito.
A comissão de "direitos" humanos continua mais forte do que nunca, na sua atividade de defender SOMENTE bandidos, sempre bandidos, porque nunca está presente em nenhum outro momento onde é caracterizado o desrespeito a um humano que não seja marginal.
Aconteceu em um shopping center, em São Paulo
Esta semana a imprensa noticiou mais uma pérola das autoridades brasileiras, que estabelecem um maior rigor, em relação às palmadas que possam ser dadas nas bundas de "crianças", estabelecendo que não serão toleradas NENHUM TIPO DE PALMADA, em hipótese alguma, e deixando muito claro uma ameaça direta aos pais, aos policiais e a todo aquele que infringir esta determinação orientada pelos "lúcidos" pedagogos brasileiros: Irão para a cadeia!
Eles, os pais, irão, os delinqüentes não.
Pois bem.
No dia seguinte ao anúncio mostrado pela televisão, em um shopping center de São Paulo, dois moleques, na faixa etária entre 15 e 16 anos de idade, mais ou menos, abordam uma moça que trafegava acompanhada dos seus pais: Um mete a mão na sua genitália e o outro apalpa os seus seios.
A menina deu um grito, que chamou a atenção de um segurança que veio rapidamente.
O seu pai, no instinto natural paterno, levantou o braço para dar um sopapo num dos agressores, quando os dois moleques, numa só voz, disseram:
- "Nós somos de menor e o senhor não pode fazer nada! Olhe as câmeras ali (e apontaram para as câmeras do shopping) Perdeu, perdeu. Fique na sua, caladinho, pianinho e a filhinha gostosinha é pra gente meter a mão mesmo. Caladooooooo!!!".
E os moleques começaram a cheirar os dedos, em absoluto deboche.
O homem partiu para cima pra baixar a porrada, quando foi seguro pela esposa e pelo segurança.
A sua esposa lhe disse:
- "Acalme-se. Você não é louco de bater num menino desse, senão quem vai para a cadeia é você. Temos que conviver com isto, esta é a realidade do nosso país. Acalme-se".
O segurança disse:
- "A sua esposa tem razão, não pode fazer nada mesmo".
E assim está o Brasil. Ninguém pode fazer nada mesmo.
Outro dia, na rua Santa Ifigênia, também em São Paulo, um menor passou a mão na bunda de um policial, na frente de todo mundo, e ele não pode fazer nada. Teve que rir, junto com o seu colega de farda, para dar impressão aos outros que estava levando aquilo na esportiva, quando na realidade, coitado, teve que engolir aquela realidade.
O jovem sabe que está totalmente protegido em nosso país, pelo menos em relação a isto, e não tem a menor preocupação. Pode ficar a vontade e fazer o que quiser e bem entender.
Traficantes, sabendo disto, pegam os menores para conduzirem as drogas porque sabem que, se for pegos, no dia seguinte estarão novamente nas ruas, fazendo a mesma coisa. Nada pode acontecer com o "menor", nada mesmo, conforme a legislação reforçada esta semana. Eles podem matar a vontade, sem a menor preocupação.
Onde é que vai parar isto?
A burrice brasileira
Se a legislação fosse mais profunda, mais específica, citando caso a caso, dando um trato diferente às crianças que, de fato, são AGREDIDAS dentro do lar, por pais viciados e violentos, que de fato existem, aí seria outra coisa. Mas já que vivemos num país do resumismo irresponsável, tipo: "seja breve na sua explanação", "os seus textos são muito longos", "faça o relato em apenas 20 linhas", "que o palestrante seja breve nas suas respostas, para que possamos responder ao maior número de perguntas"... é nisto que dá.
Estabelecer lei ÚNICA de proteção ao menor, como se todos os menores, de 1 a 17 anos, tivessem o mesmo tipo de percepção, mesmo nível de conhecimento e mesmo desenvolvimento mental é de uma burrice sem tamanho.
Tratar de um marmanjo de 17 anos, como se ele fosse um menininho de 3 anos de idade que, sem noção do perigo, enfia o dedinho numa tomada elétrica, é insanidade e despreparo dos que se acham pedagogos.
Que pedagogia é essa?
Quando se concebe que um menor, criança, cuja idade não permite saber ainda somar e subtrair, deve ter um tipo de tratamento, tudo bem, mas conceber que um outro menor, que não é criança, que já está preparado para cálculos bem maiores, em idade que permite até estar concluindo o segundo grau, podendo fazer até cálculos trigonométricos, resolver problemas no campo da Física e entender os efeitos das formas químicas, ser considerado como alienado, que não sabe o que está fazendo e que não pode ser responsabilizado pelos seus atos, é também o supra sumo da burrice.
A ironia disto tudo é que, no mesmo país onde reina esse festival de hipocrisia, o mesmo menor, de 16 anos, que não é lúcido para assumir seus crimes, é considerado lúcido para votar, que representa um ato de elevada responsabilidade, que é a escolha dos seus governantes, inclusive Presidente da República e Congresso Nacional, que podem levar um país a uma guerra.
Vejam bem quanta burrice:
Se um jovem está com 17 anos, 11 meses e 29 dias vir a cometer um crime, hoje, ele não será punido porque é menor e não tem capacidade para assumir seus atos. Mas se, amanhã, daqui há apenas um dia, quando ele faz 18, cometer o mesmo crime, aí poderá ser responsabilizado, sim.
Isto quer dizer que no espaço de apenas um dia a sua cabeça já mudou totalmente, como uma varinha de condão que fizesse "plin" e ele passasse a ser responsável de uma hora para outra.
Para ser inteligente, a lei poderia estabelecer, pelo menos, níveis crescentes de responsabilidades.
Até os 9 anos de idade, a criança não poderia ter responsabilidade nenhuma, mas a partir dos 9, haveria uma progressão até os 18 anos, mais ou menos assim:
Aos 9 anos - 10% de consciência e responsabilidade. Aos 10 anos - 20% de consciência e responsabilidade. Aos 11 anos - 30% de consciência e responsabilidade. Aos 12 anos - 40% de consciência e responsabilidade. Aos 13 anos - 50% de consciência e responsabilidade. Aos 14 anos - 60% de consciência e responsabilidade. Aos 15 anos - 70% de consciência e responsabilidade. Aos 16 anos - 80% de consciência e responsabilidade. Aos 17 anos - 90% de consciência e responsabilidade. Aos 18 anos - 100% de consciência e responsabilidade total. |
Os castigos e as penas seriam aplicadas dentro de uma progressão de rigor conforme este demonstrativo.
O que não pode é ficar como está, sem punição nenhuma, porque é um absurdo.
A palmada e a barbárie
Dentro do que coloquei no início do artigo, a hipocrisia de algumas pessoas é algo que chega até a dar nojo, posto o nível de apelação promovida pelas máscaras sociais.
Sempre que alguém aborda um tema deste, aparecem aqueles, com aqueles papos de bonzinhos de araque:
- "Você está querendo que voltemos à barbárie?"
- "Você está defendendo a idéia de que os pais voltem a espancar os seus filhos?"
- "Você tem idéia do que significa um pai bater com um pau na cabeça do seu filho? Tem idéia das seqüelas que podem deixar?"
- "Você não conhece as estatísticas dos traumas que muitas pessoas trazem, por ter passado toda a infância sofrendo surras horrendas?"
Numa hora desta, sinceramente, pra onde é que dá vontade de mandar uma pessoa que reage assim?
No mínimo temos que reagir a altura e perguntar:
- "Ô idiota, quem é que está falando em barbárie aqui? quem está falando em espancamento e em bater com pau na cabeça de criança? Só mesmo um imbecil, sem a mínima noção de cálculo, para dimensionar uma palmada na bunda com uma paulada com uma tranca de porta na cabeça de alguém."
Mas, já que numa hora desta o radical e demagogo não deixa por menos, vai começar a contra argumentar:
- "Mas tudo começa com a palmadinha, depois vai aumentando e daqui ha pouco os pais estão tirando sangue dos filhos, como muito acontece".
De fato acontece, só que nesses casos, APENAS NESSES CASOS, quem deve entrar na porrada são os pais violentos, porque ninguém pode vincular educação a violência. Os limites devem ser estabelecidos e respeitados sempre, mas cada caso deve ser tratado com o seu peso.
Achar que todo pai que dá uma palmadinha na bunda de um filho necessariamente é um bárbaro, um covarde e um agressor é de uma burrice sem tamanho.
Deus fez bunda daquele jeito, pra quê?
Sentar em privadas, tomar benzetacil e pegar umas boas palmadas, quando se fazem necessárias.
Por acaso, alguém se traumatiza e fica morrendo de ódio do médico que prescreve a benzetacil e da enfermeira que a aplica, só porque dói?
Dói muito mais que uma palmada em qualquer bunda.
As pessoas precisam para com essa palhaçada... a praga da bondade de araque... em achar que toda coisa que dói necessariamente é maléfica para nós.
Tenho certeza absoluta de que a maioria dos meus milhares de leitores, 80% constituído por pessoas acima dos 35 anos de idade, já pegaram palmadas dos seus pais, nas bundas, já foram colocados de castigo e não são revoltados com eles, por causa disto. Eu mesmo, que não peguei apenas palmadas, mas apanhei até de penico, conforme já disse em palestras, nunca fui revoltado, nunca fiquei bêbado porque nunca foi adepto de bebidas alcoólicas, nunca cheirei porcaria nenhuma, nunca mandei meus pais tomar em lugar nenhum, não fiquei com mente atrofiada, pois pude aprender matemática, física e um monte de coisas... Uai, por que qualquer coisinha hoje traumatiza?
O que é preciso é que este país pare com muitas frescuras e dê um fim em certas palhaçadas, que subestimam as inteligências dos cidadãos de bem.
A Psicologia é uma das mais belas ciências que existe, eu, particularmente sou apaixonado por ela e adoro estudá-la, todavia, recomendo a muitos pais para terem muito cuidado na hora de escolher um Psicólogo, para orientar sobre o comportamento em relação ao seu filho. Muitos são despreparados, agem como políticos, fazendo jogo de cena para serem "agradáveis" e bem "bonzinhos" aos pais e aos filhos, a fim de segurar, COMERCIALMENTE, o paciente, ou melhor, o cliente.
O grande e competente Psicólogo, ao contrário, não entra nesse jogo e quando tem que dizer para os pais: "vocês estão fazendo merda, em relação ao filho" ele diz mesmo, sem a menor preocupação se vão se sentir ofendidos ou não. Quando tem que dizer para o adolescente: "Você tem que mudar, você está fazendo muita merda, você está sendo burro, agredindo a você mesmo, e precisamos trabalhar isto, para você não se dar mal", ele diz mesmo, porque se garante profissionalmente e tem certeza de que, se aquele paciente não continuar o trabalho, tem centenas de outros que não querem se deixar enganar.
A política brasileira não age como o Psicólogo responsável e coerente, porque, por ser política, tem que agir dentro do "politicamente correto", pela estratégia do ter que ser boazinha, agradável e simpática aos olhos da ignorância e da estupidez popular.
Até quando vai isto?
Qual o futuro de um país que age assim?
Fica aí para análise.
Matéria de responsabilidade do autor, enviada por e.mail
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