terça-feira, 20 de agosto de 2013

Se os bancos falassem - Por João Bosco Leal

de:
 João Bosco Leal <artigos@joaoboscoleal.com.br> por  cli12668.p03me.com 
responder a:
 artigos@joaoboscoleal.com.br

para:
 nogueirablog@gmail.com

data:
 16 de agosto de 2013 01:07
assunto:
 Se os bancos falassem
enviado por:
 cli12668.p03me.com
Imagens recebidas deste remetente são sempre exibidas Não exibir de agora em diante.



Senhor Editor,

eis um novo texto, Se os bancos falassem, para publicação.

Obrigado

João Bosco Leal


Se os bancos falassem


Ao fotografar um banco localizado em um Parque que visitava na cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo, uma amiga extremamente querida que me guiava magistralmente no conhecimento cultural daquela cidade, sugeriu que eu escrevesse sobre o mesmo.


Comentamos brevemente sobre quantas histórias já haviam se passado sobre aquele banco, mas diante de tantos detalhes, curiosidades e questionamentos que eu fazia sobre aquele e outros locais que estava conhecendo, o assunto não teve continuidade.


Analisando as fotos da viagem, quando vi a foto do banco lembrei-me de sua proposta e de como, realmente, sobre cada um dos milhões de bancos de praças e parques já ocorreram, foram contadas, discutidas e até articuladas as mais diversas histórias.


Quantas alegrias e tristezas foram narradas e vividas por pessoas que neles se sentaram. Escritores e poetas já os utilizaram para ali escrever seus contos, livros e poesias. Amizades nasceram, foram estremecidas ou até mesmo rompidas por declarações sobre eles realizadas.


Namoros foram iniciados, vividos e terminados, sobre bancos de praças. É imensurável e inimaginável a quantidade de promessas de amor eterno que já foram realizadas por quem sobre eles um dia já esteve.


Quem neles nunca descansou depois de uma longa caminhada, de exercícios físicos ou de um passeio, foi porque certamente nunca visitou um parque ou praça onde normalmente estão localizados.


Trabalhadores das obras próximas deles se utilizam para, apoiando nas pernas sua marmita, se alimentar com a comida vinda de casa, preparada ainda durante a madrugada, enquanto mendigos e pessoas em condição de extrema pobreza os utilizam como cama, onde descansam ou dormem.


Senhores, normalmente já aposentados, neles se sentam quase que diariamente ao lado de seus amigos e conhecidos, para passar seu tempo contando sobre sua vida, suas experiências e seu espanto com a rapidez com que tudo evolui atualmente.


Os mais jovens e dedicados ao aprendizado deles se utilizam para, em companhia de colegas de escola, tirarem dúvidas e estudarem para a próxima prova, partilharem das novas tecnologias e, claro, como todo jovem, combinarem quando e onde será a próxima diversão.


Como eu, milhares neles já se sentaram simplesmente para, passivamente e em silêncio, admirar a natureza que os circundava. Nas praças e parques é comum vermos pessoas neles sentadas, esperando os filhos e netos que brincam na areia ou grama próxima.


Acordos dos mais diferentes tipos foram pactuados por quem neles estava. Ali já se soube sobre um novo emprego que se necessitava, se iniciaram negociações sobre os mais diversos temas e objetos móveis e imóveis foram comprados e vendidos.


Milhares de ações de corrupção foram realizadas por quem neles se assentou para discutir seus detalhes e gente inescrupulosa ou até mesmo criminosa, neles se apoiou para tratar de assuntos ilegais, proibidos e inconfessáveis, como se estivessem simplesmente conversando.


No decorrer dos séculos uma infinidade de articulações políticas, algumas que provocaram até guerras, milhões de mortes e mudaram a história da humanidade, foram realizadas por pessoas que neles estavam sentadas.


Se os bancos falassem, certamente a história seria outra.


João Bosco Leal    www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista e empresário

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O encontro das águas - Por João Bosco Leal

de:
 João Bosco Leal <artigos@joaoboscoleal.com.br> por  cli12668.p03me.com 
responder a:
 artigos@joaoboscoleal.com.br
para:
 nogueirablog@gmail.com
data:
 9 de agosto de 2013 01:06
assunto:
 O encontro das águas
enviado por:
 cli12668.p03me.com
:
 Importante principalmente porque foi enviada diretamente para você.
Imagens recebidas deste remetente são sempre exibidas Não exibir de agora em diante.



Senhor Editor,

envio um novo texto, O encontro  das águas, para publicação.

Obrigado

João Bosco Leal



O encontro das águas

Como a água na nascente, desde os primeiros momentos de vida vamos criando nosso próprio caminho, entre pedras, rochas ou grãos de areia, mas ninguém o trilha com a mesma inclinação, velocidade, intensidade, quantidade ou transparência.

Dependendo do trajeto escolhido, podemos nos tornar cada vez mais limpos, ou sujos, turvos, destruindo a natureza por onde passamos, transportando raízes, galhos e folhas das nossas margens, mas com isso também alimentando aqueles que em nós vivem.

Os caminhos entre as rochas são mais difíceis, e quando escolhidos, em muitos locais vão criando a necessidade de um represamento, um volume maior, que gerará mais força e provocará o rompimento das barreiras existentes e uma agora grande velocidade.

O maior volume das águas, pernas ou braços, facilitará o rompimento dos próximos empecilhos, mas também criará a possibilidade de maiores destruições do que estiver em seu caminho, o que certamente sujará seu leito, seu interior e exterior.

Entretanto, escolhendo o caminho arenoso, durante o percurso iremos sendo filtrados, nos tornando cada vez mais transparentes, límpidos e de absorção mais fácil, prazerosa e saudável a todos que nos acompanham ou circundam.

O mesmo ocorre na vida, quando a cada distância ou etapa percorrida, novas águas vão se juntando às nossas, sujando-as ou tornando-as mais límpidas, e outras das que já nos acompanhavam vão sendo absorvidas pelo solo, ou se evaporando, deixando a terra.

A escolha do caminho a ser percorrido provoca consequências e influenciará outras, e assim sucessivamente, numa cadeia de erros e acertos que determinará o resultado final da existência dos que atingem o oceano e deixaram de existir isoladamente, passando a fazer parte de um universo muito maior.

Lá, a opacidade ou transparência das águas ou dos homens, não mais importarão, serão facilmente diluídas, absorvidas pelo mar ou pela terra, e já não poderão ser vistas isoladamente, farão parte, agora, de azuis infinitos.

Assim como o encontro das águas de dois rios gera um novo volume e consequentemente uma força muito maior, com maior capacidade de transportar as impurezas e também de alimentar todos os que carregam, quando duas pessoas caminham juntas e com os mesmos objetivos, possuem mais forças para superar as dificuldades e podem se ajudar, suportando suas dores com maior facilidade e dividindo entre si as alegrias das vitórias.   .

Mesmo quando cansadas diante de uma nova dificuldade, aquela que possui as pernas mais fortes, valentes, incentiva à outra a dar mais um novo passo, outro, e outro, fazendo-a, assim, alcançar seu destino final, seu objetivo.

No amor, a união de forças, dedicação e cuidados mútuos, com apoios físicos, morais e gestos de carinho, fazem o mais fraco caminhar ao lado do mais forte até a conclusão do trajeto de modo mais seguro, calmo, tranquilo e feliz.

Em sua procura passamos por diversas ladeiras, quedas, curvas, retas, momentos de calmaria ou agitação, mas sempre, com maior ou menor intensidade, continuamos a busca.

Como no amor, quando duas águas se encontram, o rio se torna um só e elas serão indivisíveis.

João Bosco Leal             www.joaoboscoleal.com.br



*Jornalista e empresário

domingo, 4 de agosto de 2013

Virtualidade - Por João Bosco Leal


de:
 João Bosco Leal <artigos@joaoboscoleal.com.br> por  cli12668.p03me.com 
responder a:
 artigos@joaoboscoleal.com.br
para:
 nogueirablog@gmail.com
data:
 2 de agosto de 2013 01:06
assunto:
 Virtualidade
enviado por:
 cli12668.p03me.com
Imagens recebidas deste remetente são sempre exibidas Não exibir de agora em diante.


Senhor Editor,

Envio um novo texto, Virtualidade, para publicação.

Obrigado

João Bosco Leal


Virtualidade

Atualmente, pode-se dizer que são raras as pessoas no mundo, que não acessam alguma das chamadas redes sociais de comunicação.

Por meio delas e interligadas de modo exponencial e sem limites, é possível conhecer pessoas das mais diversas partes do mundo e com os mais distintos interesses.

Desde fotos particulares, passeios familiares, receitas de alimentos, pensamentos de filósofos, poetas a discussões científicas, tudo é debatido e divulgado nas redes.

As insatisfações políticas, econômicas ou sociais são transmitidas a uma velocidade inimaginável aos que uma década atrás já eram adultos.

Em qualquer parte do mundo as revoluções, deposição de governos, protestos e os mais diversos tipos de manifestações são programados, organizadas e agendadas através das mesmas, sem que ninguém consiga impedir.

Mas tanto em quantidade como em velocidade, essas transformações também estão ocorrendo em relação aos sentimentos pessoais e assuntos antes totalmente privados de cada um.

Através das redes todos se comunicam com uma espontaneidade e liberdade antes desconhecida, pois nesse tipo de contato todos estão - ou se sentem -, livres de preconceitos, tabus ou qualquer outro tipo de cultura socialmente imposta.

Virtualmente, as pessoas se sentem mais seguras, livres para se aventurar, fazer confissões e expressar desejos, sentimentos e fantasias, que certamente não fariam a outra pessoa que estivesse fisicamente diante delas.

Através das redes, milhões de pessoas casadas realizam suas fantasias com uma frequência inimaginável e surpreendente até mesmo para os que frequentemente usam esse tipo de comunicação, como se isso não significasse nenhum tipo de traição para com seu cônjuge.

Estão emocionalmente livres de qualquer compromisso socialmente imposto e não abrem mão disso, tanto que em uma dessas redes divulgou-se uma brincadeira onde um caboclo dizia: "Óia só comu qui tá o mundu sô: Nus namoro de hoji in dia, ocê podi pegá na bunda, nas coxa, durmi junto,......só num podi sabê a senha du feicibuqui e nem mexê nu celulá, qui aí já é farta di respeitu."

Existem pessoas para quem o simples fato de se tocar em seu celular já é uma agressão à sua liberdade, tamanha é a quantidade de "segredos" que lá deve guardar.

Para essas pessoas, nas redes sociais as regras são outras, diferentes, ali vale tudo, mas o que lá é dito ou feito não pode ser divulgado para pessoas que participam da sua vida real, pois esses dois mundos são totalmente distintos, não se misturam. O que se vive em um não pode ser do conhecimento do outro.

Entretanto, inconscientemente, essa liberdade vai sendo adicionada também à vida real, e percebe-se nelas - principalmente no aspecto sexual -, que para sua satisfação, todo tipo de comportamento passa a ser válido, inclusive vários traços de libertinagem.

Comportamentos antes impensáveis para pessoas que socialmente e profissionalmente possuem determinada estabilidade - ou até mesmo destaque -, passam a ser por elas considerados normais.

A mistura da vida real com a virtual terá consequências imprevisíveis para as estruturas sociais conhecidas.

João Bosco Leal       www.joaoboscoleal.com.br

*Jornalista e empresário

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Aos olhos do Amor - Por João Bosco Leal


de:
 João Bosco Leal <artigos@joaoboscoleal.com.br> por  cli12668.p03me.com 
responder a:
 artigos@joaoboscoleal.com.br
para:
 nogueirablog@gmail.com
data:
 12 de julho de 2013 01:04
assunto:
 Aos olhos do amor
enviado por:
 cli12668.p03me.com
:
 Importante principalmente porque foi enviada diretamente para você.
Imagens recebidas deste remetente são sempre exibidas Não exibir de agora em diante.


Senhor Editor,

eis um novo texto, Aos olhos do amor, para sua publicação.

Obrigado,

João Bosco Leal


Aos olhos do Amor


Comum entre os seres humanos, as paixões começam a ser sentidas ainda na infância, mas o amor verdadeiro só - e se - se sente em raríssimas ocasiões durante toda a vida.


Surge inesperadamente, vindo não se sabe de onde, é sentido na pele, coração e pulmão, depositado na mente, perpetuado na alma e nem quem o já sentiu consegue explicar.


Almejado por todos, mesmo os que já maduros ainda não o encontraram, continuam buscando, mas muitos viveram ou viverão sem senti-lo e quem o sente não consegue defini-lo com clareza e objetividade.


Sentir o cheiro de mato em pleno centro urbano, ver muito mais cores que as do arco íris e provar mais sabores que todos os já experimentados pelo homem, são sensações comumente relatadas entre os que verdadeiramente amam.


Sem medida de espaço ou tempo, pode ser alegre ou triste, discreto ou escandaloso, fechado ou escancarado, mas sempre provoca sensações de alegria inimagináveis aos que nunca amaram e machuca quando nasce onde não é nutrido, regado e flores não surjam quando menos se espera.


São infinitas as facetas e possibilidades desse amor: pelos pais, filhos e netos, por pessoas do mesmo sexo ou do oposto, pelo próprio corpo, por animais, pela profissão ou pelo dinheiro, mas os que amam não sabem como, quando, onde e porque esse sentimento começou nem possuem qualquer controle sobre por quem ou pelo que o sentirá.


Porém, sem conhecer seu próprio interior, ambições e desejos, ninguém conseguirá amar outra pessoa, pois o autoconhecimento é que lhe dará as informações necessárias sobre suas virtudes e defeitos, que o orientarão sobre o que buscar no outro, para que se completem.


Nas pessoas que se atraem mutuamente, gera autoconfiança e as refresca como a água do rio. Como um vulcão em erupção - que jorra lavas para todos os lados -, os que amam são felizes, transmitem alegria, bondade, carinho, delicadeza e possuem brilho no olhar.


Quando é unilateral, gera medo, insegurança e queima como o fogo das lavas. Como os vulcões adormecidos - que permanecem na escuridão das profundezas da terra -, os não correspondidos são infelizes, transmitem mágoa, solidão, tristeza e perdem o brilho dos olhos.


Em busca desse amor nos deparamos com diversas barreiras, que provocam a desistência de muitos, mas quem ama possui forças desconhecidas, saídas de suas entranhas, que lhe permite caminhar com bastante facilidade, contra a inveja e o egoísmo de quem nunca amou ou não quer ver a felicidade do outro.


Daí a ansiedade e insistência daqueles que já sentiram o amor - e por algum motivo o perderam -, em recuperá-lo ou encontrar outro que reacenda aquela chama em seu coração e lhes devolva a alegria de viver, pois com seu amadurecimento e o reconhecimento dos erros cometidos, certamente o sentirá de modo ainda mais intenso.


Quem ama sente, fala e escreve com a alma, o coração, sem nenhum controle mental, e por isso expressa o que muitos, que não amam, não conseguem sentir, entender ou enxergar.


Só quem ama vê o invisível e entende o ininteligível, coisas impossíveis aos olhos e mentes dos que não amam.

João Bosco Leal*     www.joaoboscoleal.com.br 


*Jornalista e empresário