quarta-feira, 31 de julho de 2013

POESIA - Gracias al corazón


 

 

Nathalia Lima Pires da Silva

nath_limapires@hotmail.com

 

 

 

 

 

Hoy mi corazón no encuentra desafíos
No encuentra torpezas
No encuentra asperezas

Hoy mi corazón es de las causas perdidas
Del amor sin medida
De los sueños imposibles

Todo porque encuentro el corazón
Porque en él hay pasión
Y porque no hay La Razón

Hoy no encuentro escusas para no ver al corazón
Mañana quizá no lo vea por las trampas de la globalización

Por ello:
Hoy te invoco corazón… que no me pierdas jamás

Cosa imposible hoy en día es tenerte cerca

Pero me haciendo sentir la vida

hoy te  tengo latiendo en mi pecho…

Gracias Corazón!


Nlim*





segunda-feira, 29 de julho de 2013

JEAN GUITTON - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA

  







UMA CENA CURIOSA DA SUA VIDA





Alain de Botton, esteve recentemente em Lisboa, nas “Conferencias, Fidelidades Seguros “, e falou “Como Viver, sabiamente e Bem.”.


Logo saltou-me à memória o grande filósofo do séc. XX Jean Guitton, membro da Academia de França, e professor da Universidade de Dijon e Souborne.


Pouco depois do seu falecimento a 21 de Março de 1999, o Presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o Cardeal Paul Poupard, comparou-o a Pascal, um pensador cultíssimo, senhor de fé convicta, admirado por François Mitterand, que o visitou, anos antes do seu falecimento, para saber o que se passa, além da morte. 

Mas não é da sua obra, nem de seus amigos, que abordo a figura de Guitton, mas para vos contar passos enternecedores, dessa grande figura de França.


Prestes a iniciar a vida militar, Jean Guitton, acercou-se de sacerdote para expor-lhe problema que há muito o inquietava.


Estava acostumado, ao entrar no seu quarto, ajoelhar-se para fazer as orações da noite. Ora, receava que os colegas o levassem ao ridículo, por manter tal prática.


O sacerdote, ligeiramente embaraçado, respondeu-lhe que era dever do católico, não se envergonhar da sua fé, e de a demonstrar em público, mas que compreendia o receio.

Jean Guitton, logo na primeira noite, antes de se deitar, ajoelhou-se, vencendo o medo, e em plena caserna, orou, diante dos companheiros. Para seu assombro, ninguém disse palavra de reprovação.


Passaram-se vinte anos. Guitton é professor catedrático e pensador de renome internacional, quando teve conhecimento que colega de camarata, havia falecido.


Como amigo e colega do pai - diretor da Faculdade de Ciência, - sentiu-se na obrigação de apresentar condolências.


Ao vê-lo, muito contristado com a morte do filho, avizinhou-se, e após agradecer a presença do colega. Disse-lhe:


- Meu filho, que era ateu, como eu, tinha grande admiração por si. Não tanto por ser um grande filósofo, mas pelo gesto e exemplo que deu ao ajoelhar-se, para rezar, diante de todos os camaradas.


Para concluir, e por considerar curioso, queria reproduzir o que Jean Guitton declarou sobre “ O medo do Além “ a uma revista francesa (tradução, publicada no jornal “ Diálogo Europeu “, de 18/02/95:


“ Tenho medo do Juízo Final. Vós sabeis, nas fórmulas da confissão, acusamo-nos dos pecados que se cometeram por Acão, e por omissão. A mim, o que me inquieta, são os pecados que cometi por omissão. Tenho medo que Deus me diga: “ Então Guitton, dei-te muitos talentos, coloquei-te numa sociedade muito interessante, ajudei-te em colóquios excecionais, e o que tu fizeste?”. Não sei como, no outro mundo, se põem de acordo a justiça de Deus e a Sua Misericórdia.”


“Naturalmente, penso que a segunda é superior à primeira, e que Deus acabará por perdoar a toda a gente, que Ele esvaziará completamente o inferno. Mas não estou seguro. ”




HUMBERTO PINHO DA SILVA    -  Porto, Portugal






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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Roleta russa - Por João Bosco Leal


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 João Bosco Leal <artigos@joaoboscoleal.com.br> por  cli12668.p03me.com 
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 Texto - Roleta russa
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Senhor Editor,

envio um novo texto, Roleta russa, para  publicação.

Obrigado,

João Bosco Leal



Roleta russa

Existem mulheres que, já na faixa etária acima dos cinquenta, parecem metralhadoras, tamanha a velocidade com que atiram para todos os lados em busca de satisfazer seus desejos sexuais.

Normalmente são separadas, divorciadas, viúvas, profissionais liberais bem sucedidas ou herdeiras - de ancestrais ou de ex-maridos -, que foram infelizes em seus casamentos e agora, quando livres do que as prendia se abrem para uma corrida maluca em busca de quantidade e não de qualidade.

Viajam em grupo ou mesmo sozinhas e se divertem com a chance de, longe de suas casas e conhecidos, a cada dia "pegar" mais um e depois, contando para as "amigas", rir das aventuras e do que ocorreu nessas "caças" ou "pegas", usando, aí, vocabulários que, no local onde vivem, para elas seriam inimagináveis.

De algumas já ouvi tentativas de explicar suas buscas como a de encontrar um novo e definitivo amor, mas elas sabem que essa não é a verdade, pois nas cidades ou países por onde passam, todas as noites frequentam as baladas locais, onde dificilmente encontrarão alguém em busca de um relacionamento sério.

Nesses locais, como se crianças fossem, cada uma delas acredita em tudo o que um homem que ali a conheceu diz sobre sua beleza, inteligência, simpatia e de sua intenção de conhecê-la melhor, pois sempre procurou uma mulher como ela para se casar.

Fascinadas com as palavras do príncipe encantado, naquela mesma ou na noite seguinte já vão para uma noite de "amor" e sexo com o mesmo, passando a se declarar extremamente apaixonadas por ele que, após essa noite nunca mais a vê ou, em raríssimas ocasiões até viaja para vê-las e com elas passar mais uma noite, mas o romance, claro, pouco durará em decorrência das dificuldades provocadas pela distância e porque, no fundo, o que ele realmente queria era mais uma para se divertir.

Sentindo-se então fracassadas, traídas ou incapazes de encontrar uma nova pessoa que realmente as queira bem e com elas possa tentar construir um novo e duradouro relacionamento, fingem partir para nova busca, mas na realidade, como uma delas mesmo disse: "eu quero é tchu, quero tchã, e também sei fazer o lê lê lê..."

Parecendo estar somente agora vivendo sua juventude, interrompida por um casamento precipitado, uma paixão momentânea ou uma gravidez indesejada, elas nem sequer sabem corretamente o que buscam e alegam que só querem "ser felizes" e ter novas experiências emocionais e sexuais.

Ao sair com uma pessoa que sequer conheciam antes de com ele haver dançado, essas mães - algumas até avós -, se esquecem dos riscos de poder estar diante de um sádico, traficante, portador de DST ou qualquer outro tipo de perigo por elas inesperado ou, de fato, imaturamente não calculado.

Pode-se pensar que esse tipo de preocupação é exagerado, mas notícias sobre agressões, estupros, assaltos e até assassinatos iniciados em situações semelhantes são muito comuns e quem as viveu explica que, antes de ir, deixou com as outras o endereço do hotel para onde estava indo, onde o homem dissera estar hospedado, ou que durante a conversa percebera que aquele novo conhecido era uma boa pessoa, empresário, que trabalhava em uma grande empresa ou algo assim.

Fingem não saber que, se aquele fosse um psicopata, bandido, tudo aquilo, de endereços, hotéis e cartões de visitas, poderiam ter sido criados exatamente com propósito por ele planejado.

As buscas desenfreadas por novas experiências e fantasias sexuais, normalmente se transformam em um tipo de roleta russa que, quando menos se espera, explode.
João Bosco Leal    www.joaoboscoleal.com.br



*Jornalista e empresário

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Correndo riscos - Por João Bosco Leal


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 João Bosco Leal <artigos@joaoboscoleal.com.br> por  cli12668.p03me.com 
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 19 de julho de 2013 01:05
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 Correndo riscos
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Senhor Editor,

envio um novo texto, Correndo riscos, para sua publicação.

Obrigado,

João Bosco Leal


Correndo riscos.


Atualmente é muito comum vermos pessoas já de meia idade que frequentam diversos locais como bares, restaurantes, shows ou boates e a cada dia ou semana, com uma companhia distinta.


Observando mais essas pessoas, notaremos que normalmente são solteiros, divorciados ou viúvos, vivendo só, longe dos filhos e netos, que depois de já haverem trabalhado bastante e financeiramente cuidado razoavelmente do futuro dos mesmos, pensam que chegou a hora de se preocupar em, agora, viver mais a própria vida.


Como ninguém sabe quanto viverá e cronologicamente ser certo que já ultrapassaram a primeira metade de sua vida, querem, na metade final, aproveitar mais enquanto isso ainda é possível.


Além disso, as pessoas normalmente não pretendem envelhecer sem uma companhia com quem possam conversar, lembrar-se das experiências vividas e terem cuidados mútuos.


Quem já está nessa fase da vida já deve ter tido diversas paixões, mas provavelmente um único, maduro e verdadeiro amor; e quem teve a felicidade de vivê-lo, sabe dos motivos pelos quais sempre continuará buscando reviver algo igual ou ao menos semelhante.


Assim, penso que o fato delas saírem e conhecerem outras - e com algumas delas ter ou não pequenos affaires ou mesmo paixões repentinas e pouco duradouras -, em nada contradiz com sua busca por uma companhia definitiva, com quem queira viver até o final de seus dias.


Nessa busca poderão surgir pessoas fisicamente lindas, mas ao conhecê-las perceberão que apesar de cultas, são pouco inteligentes, outras, não tão belas ou cultas, são inteligentíssimas. Algumas reúnem cultura, inteligência e até beleza física, mas pouca educação. Pessoas levam vidas saudáveis ou não, bebem, fumam, usam ou usaram drogas, enfim, milhares de diferenças serão encontradas entre os seres humanos.


Entretanto, independentemente de possuírem beleza física, cultura e inteligência elevadíssima, raras são as que reúnem berço, caráter, educação, dignidade e não possuem vícios. Essas são as que fazem o outro se apaixonar.


Claro que nessa busca corremos riscos, mas isso é inerente a tudo na vida e, apesar de calculados, sem correr riscos a vida não teria graça. Podemos inclusive fazer brincadeiras sobre eles, mas são reais e, querendo ou não, todos nós os corremos.


Um deles é o de se encontrar pessoas que nunca viveram um grande amor e, consciente ou inconscientemente, com o leva e trás de notícias maldosas ou até caluniosas, atrapalham ou até eliminam a possibilidade da união ou reaproximação de outro casal.


São pessoas tristes, frustradas que por não haverem conseguido ser felizes não suportam ver a felicidade alheia e tudo fazem para impedi-la. Fingem ser amigas, confidentes, e ao invés de ajudarem na reconciliação de um casal, aproveitam de confidências que poderiam ser utilizadas nessa reconciliação para, distorcendo-as, provocar um afastamento ainda maior.


Outro risco - o de provocar ciúmes - pode afastar definitivamente quem realmente desejaríamos ter ao nosso lado, mas quem recusa o amor de alguém também corre o risco de - passado um tempo, caso mude de ideia -, perde-la para sempre, pois mesmo não buscando, durante esse período a mesma pode encontrar outra pessoa.


Apesar das possibilidades de erros, ninguém pode deixar de buscar, pois correndo riscos vivemos experiências, algumas dolorosas, outras felizes, mas só arriscando teremos a chance de acertar.


João Bosco Leal      www.joaoboscoleal.com.br


* Jornalista e empresário

quarta-feira, 17 de julho de 2013

EDUCAR E ENSINAR - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA











Dizia Fulton Sheen, que quando se observa alguém de cabeça inclinada, enterrada entre mãos, logo se pergunta se está com dores de cabeça.   
              
Isso acontece, porque a sociedade deixou de pensar. Pensa que pensa, mas não pensa, como bem dizia o mendigo de Joracy Camargo.

Conhecemos, pelos meios de comunicação social, tudo ou quase tudo que ocorre no mundo - pelo menos o que lhes interessa, - mas desconhecemos o principal, que é: a felicidade da nossa família.

Devido à fraca atenção que prestamos a nossos filhos - porque temos estudos e carreira profissional, - estes tornam-se vítimas de depressões. Doença que outrora só atingia praticamente adultos, é agora frequente na puberdade, assim como outros transtornos.

Responsabiliza-se a sociedade pela violência, agressividade e comportamentos incorrectos, na escola; esquecendo que a sociedade não é mais que conjunto de famílias.

Não admira que professores, mesmo os mais dedicados, encontrem-se “ stressados”, já que a falta de educação reflecte-se na escola.

A sala de aula transformou-se em campos de batalha. O mestre, outrora respeitado, passou a bobo de divertimento. Contribuiu, para isso, o facto de terem retirado autoridade ao professor, e considerarem que o adolescente é irresponsável, portanto, tudo lhe deve ser perdoado.

Mal vai quem quer impor ordem ou aplique castigo, por mais inofensivo que seja. Pais, advogados, inspectores e até políticos e jornalistas caiem-lhe, sem dó, em cima, responsabilizando-o por maus-tratos físicos ou psíquicos.

Tudo porque os pais não sabem, ou não querem educar. No receio de os traumatizar, satisfazem-lhes todos os caprichos e aceitam todas as birras.
Cabe aos pais e não à escola, educar. Esta tem por principal missão, o ensino. É em casa que a criança forma a índole e toma conhecimento de regras que lubrificam as relações interpessoais, e permitem-lhe viver em sociedade.

Não há, como se pensa, uma só forma de educar. Criança que nasça em família muçulmana, cristã, budista, hindu ou agnóstica, tem comportamentos e modos de pensar diferentes. Isso não impede de vir a ser cidadã exemplar, se for educada a respeitar os mais velhos e o semelhante.

A escola, ao educar, transmite regras estereotipadas. Cunha, do mesmo jeito, como o banco emissor imite moeda: todas iguais. Normas, que nem sempre são aceites pelos progenitores, que conservam opiniões, conceitos morais e até políticos, bem diferentes do mestre.

Educar é transmitir: registos, comportamentos, atitudes, conversas e imagens, que o adolescente, observa aos pais e à família.

Devem, pois, os pais incutir conceitos, normas de conduta, e até avivar sentimentos, dialogando com os filhos, ouvindo as inquietações e dificuldades que sentem.

Os jovens são estimulados pela mass-media, ao consumismo, a aceitar opinião em voga, pensar pela cabeça alheia, aceitar o que a lei permite, mesmo que seja perversa. Se é permitido, se se usa, posso seguir, - pensa o jovem.

A missão dos pais é estimular sentimentos altruístas; mostrar a diferença entre o bem e o mal; ensinar a pensar, baseado em valores recebidos desde a infância.

Se não se fizer assim, cria-se o delinquente, o adulto cata-vento, que gira ao sabor da corrente.

Só teremos sociedade sã, pacífica e justa, se soubermos educar desde o berço.

E essa educação só pode ser administrada pelos pais e não pela escola, e muito menos, pela lei.






HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal





publicado por solpaz às 11:06
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domingo, 7 de julho de 2013

A GERAÇÃO " SUPERIOR " - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA

  









Pedro Barbosa é professor do IPAM. Segundo jornal “ Metro” (24-04-13), inutilmente luta para que o tratem pelo nome. Sempre que precisa de “ cartões” ou escreve artigos, na imprensa, lá colocam, ao lado do nome de batismo, o título de doutor engenheiro. Os próprios alunos, teimam tratá-lo por professor ou doutor, e só muito constrangidos, timidamente, se aventuram chamá-lo por tu.

De igual parecer era António Lopes Ribeiro, conhecidíssimo realizador de cinema, e autor de popular programa televisivo.

Estando meu pai na livraria Figueirinhas, no Porto, aproximou-se Fernando Figueirinhas, acompanhado de cavalheiro, magro, alto, elegantemente vestido. Era António Lopes Ribeiro.

Após minutos de conversa, o cineasta, debruça-se ligeiramente, e avizinhando os lábios, da orelha de meu pai, ciciou todo risonho:

- “ Ó Sr. Pinho da Silva! Vou pedir-lhe um grande favor! Não me trate por doutor! Tenho nome e orgulho-me dele!”

Mário Soares - ex-presidente da República Portuguesa, - declarou, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo: “ Em Portugal, o doutor, é qualquer coisa de extraordinário, quase um título de nobreza. (“ O Primeiro de Janeiro” pag.6 - 21/09/92).

Na verdade assim é. Se outrora o que dava status, era título nobiliárquico, com a Republica, os graus académicos vieram substituir os de nobreza.

Recordo, agora, o fidalgo do Outeiro, separado da mulher. Ao ter conhecimento que uma das suas duas filhas casara com estudante de medicina, vociferou revoltado e desalentado:

- “ Céus! - bradou Caetano - uma minha  filha casada com um estudante de cirurgia!… Em que situação vergonhosa ela já estava!…” - “ Mistérios de Fafe” de Camilo Castelo Branco.

Certa ocasião fui convidado, a jantar em casa de um amigo . A filha, recentemente formada em Letras, estava presente. No decorrer do repasto, a jovem, disparou: - “Pai: ninguém me trata de doutora! …”

Este, de lábios cheios de sorrisos, soltou:

- “ Não seja por isso! Eu passo a chamar-te por Senhora doutora!”

Apesar dos títulos académicos, devido às Faculdades terem, nos últimos décadas, vomitado milhares de doutores, perdendo muito do prestígio que possuíam, no século XX, ainda há quem faça questão de ser tratado assim.

João Adelino Faria, da RTP, ao moderar debate político, verificou que um dos intervenientes recusava entrar nos estudos, porque não fora tratado por doutor.

Por isso, quando Álvaro Santos Pereira, que lecionava em famosa universidade canadiana, chegou a Lisboa - a convite do governo para ocupar o cargo de Ministro de Economia, - e declarou, aos jornalistas, que podiam chamá-lo apenas por Álvaro, caiu o Carmo e a Trindade, e o prestígio do professor, desceu no conceito da sociedade portuguesa.

Não admira, portanto, que jovens, após receberem o diploma, afastem-se de pais, familiares e amigos, que não tiveram capacidade, sorte ou oportunidade, de ingressarem no ensino superior.

Muitos proferem ufanamente: A nossa geração está melhor preparada, e é mais inteligente, que a anterior.

Esquecem-se, que foi à custa do suor de muitos trabalhadores iletrados, dos que labutaram no campo e na oficina, enfim: dos contribuintes, que puderam frequentar a universidade, pagando quantias irrisórias – Cada aluno universitário custa ao contribuinte: 4000 a 10000 euros, ano, consoante o curso.

A maioria dos idosos, podem ser ignorantes, concordo, mas merecem respeito, para não dizer veneração. Foi com seu trabalho, e muitas vezes com o seu sacrifício, que esta geração “ superior”, alcançou sabedoria.





HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal







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